A Bíblia Sagrada tem sido fonte de inspiração para muitos presidentes norte-americanos ao longo dos anos de independência do país em relação à Inglaterra. Porém, o presidente Thomas Jefferson possuía uma relação intrigante com o livro sagrado.
Os historiadores relatam que Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos – entre 1801 e 1809 – e considerado um dos “pais da nação”, queria extrair os “diamantes” da Bíblia e fazer uma compilação própria, para sua consulta pessoal.
Jefferson considerava os sermões de Jesus, assim como os diálogos dele com seus seguidores, um material de muita riqueza intelectual e filosófica, e por isso, decidiu que faria um livreto apenas com esses trechos.
Numa noite de inverno em 1804, Jefferson pediu a um funcionário da Casa Branca que trouxesse dois exemplares da Bíblia e retalhou de uma delas, trechos dos sermões que o interessavam, colando os recortes em um livreto que chamou de “A Filosofia de Jesus de Nazaré”.
Dias depois, escreveu uma carta ao amigo e adversário político John Adams – na eleição em 1800 eles se enfrentaram pelo cargo de presidente – dizendo que havia montado uma versão pessoal da Bíblia, sem os “monturos”, que pode ser interpretado como “uma grande quantidade de lixo”, de acordo com a The Humanist.
Thomas Jefferson – que havia sido criado em uma Igreja Anglicana – perdeu o livreto e 16 anos depois da primeira versão, criou uma nova para seu uso pessoal. Nessa época, já com 77 anos, ele recortou o Novo Testamento, em quatro idiomas, usando seis exemplares da Bíblia — dois em inglês, dois em francês e um em latim e um em grego – e deu o título de “A Vida e Moral de Jesus de Nazaré”.
Assíduo frequentador de cultos, Jefferson considerava a si mesmo como um “grande cristão”, e dizia que Deus dava mais valor “à razão do que ao medo de quem tem os olhos vendados”, incentivando a visão crítica. Ele é até hoje, o primeiro presidente dos Estados Unidos que ocupou dois mandatos e nunca teve um único projeto de lei rejeitado pelo Congresso.