A discussão sobre a legalidade e questões éticas envolvendo a morte de bebês no útero materno, ou seja, o aborto de fetos, como é tecnicamente chamado o procedimento de interrupção da gravidez, ganhou novas proporções no Quênia, país do continente africano.
Isso porque, um Projeto de Lei local pretende legalizar a possibilidade de abortar os bebês não nascidos até o nascimento. Como reação, ativistas pró-vida lutaram para barrar a proposta e tiveram uma grande vitória, ao menos por enquanto.
Eles conseguiram adiar a análise do projeto, o que é bom, pois com isso conseguiram mais tempo para conscientizar a população sobre o significado prático, psicológico e moral envolvendo a morte de bebês não nascidos.
“Não se fala desse outro lado do aborto. O aborto fere as mulheres”, afirmou a ativista pró-vida Ann Kioko, uma das principais articuladoras contra o avanço do Projeto de Lei de Saúde Reprodutiva 2019.
Como é possível observar, o termo “saúde reprodutiva” geralmente permeia questões relativas ao aborto, visto que o procedimento de interrupção da vida é visto em muitos casos como uma uma medida de saúde, a exemplo dos casos de estupro, mas também como forma de prevenção à gravidez indesejada.
Ocorre que os defensores da vida não tratam o aborto como um método de contracepção e enxergam na gravidez resultante do estupro uma fatalidade que, em última instância, não pode vitimar a vida de mais um inocente, neste caso o bebê gerado no ventre materno.
Kioko também vai na contramão da ideologia feminista, a qual enxerga o aborto como uma espécie de símbolo do direito da mulher sobre o próprio corpo, o que neste caso não se aplica, tendo em vista que, biologicamente, o bebê gerado no útero materno não faz parte do corpo da mãe, razão pela qual ele é envolto em uma placenta.
“O aborto não leva ao empoderamento”, afirmou Kioko, segundo o Christian Institute, ressaltando que em vez dessa prática, as mulheres “precisam de centros de saúde totalmente equipados, precisam de boas escolas, precisam de roupas, precisam de comida na mesa”.