O pensamento do mundo contrasta com o que Deus ensina através das Escrituras, e uma das ideias mais difundidas nesse quesito é o de “seguir o seu coração”. Sobre isto, o renomado teólogo Thaddeus Williams, professor associado de teologia sistemática na Universidade de Biola, nos Estados Unidos, teceu cinco pontos importantes que devem ser considerados.
Primeiro, Williams afirma que quem segue os desejos do seu coração acaba vivendo como prisioneiro “dentro de nossos próprios arcabouços mentais”, segundo ele, por não haver constância em seus desejos, mas sim oscilações que são resultados das muitas idealizações.
“O coração de alguns pode ser tão turbulento quanto o Ganges durante as monções, enquanto o de outros se move como melaço em um dia frio, mas todos os corações humanos estão em movimento”, diz o autor, apontando a segunda razão pela qual não se deve seguir ouvindo a si mesmo de forma cega.
Diferentemente disso, o teólogo explica que Deus se apresenta como um referencial sólido para nós, sendo uma espécie de porto-seguro perfeito, imóvel e, portanto, não sujeito às tempestades da vida.
Williams explica também que o pecado corrompeu os nossos desejos, motivo pelo qual o coração humano, como diz a Bíblia, se tornou enganoso. A vontade de Deus, por outro lado, permanece pura e perfeita para àqueles que a seguem.
“Aquilo que Deus revelou ser verdade sobre nós é infinitamente mais confiável do que qualquer coisa que nossos sentimentos caídos possam estar afirmando em um determinado momento”, diz o autor.
Puro engano
Em seu terceiro motivo pelo qual não devemos seguir os desejos do coração, William diz que a inconstância dos nossos desejos podem nos levar a caminhos de total confusão, já que, assim como os impulsos instintivos, os nossos desejos/ideias também oscilam e se multiplicam com o tempo.
Antes, o autor contrastou o que pensamos com a segurança daquilo que Deus deseja. “A Bíblia nos oferece uma sóbria dose de realismo. ‘Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?'”, lembra ele.
“Se não quisermos acabar em uma crise crônica de identidade, não podemos seguir nossos sentimentos fluidos à risca–mas sim, seguir a Palavra de Deus. O veredicto jubiloso de Deus sobre nós é confiável e sólido como uma rocha”, ressalta.
O teólogo, obviamente, não diz que devemos ignorar o próprio coração/pensamentos, mas sim que devemos nos submeter ao que Deus pensa sobre nós, acima de tudo, a fim de que as nossas decisões sejam pautadas pela vontade do Senhor, e não apenas por sentimentos potencialmente enganosos.
Em seu artigo no Coalizão pelo Evangelho, Williams finaliza lembrando que a tendência de cada um olhar a si mesmo como superior aos outros é um claro indicativo do quão enganoso é o coração.
“Se ainda tiver dúvidas sobre a capacidade de desumanidade da humanidade, vá a uma promoção de Black Friday à meia-noite após o Dia de Ação de Graças. O coração humano pode passar da gratidão à ganância em milésimos de segundos”, conclui.