Os sacerdotes judeus descendentes da linhagem de Arão estão se preparando para subir ao Monte do Templo, em Jerusalém, e entrar no Santo dos Santos, como parte de uma retomada de tradições religiosas e também ações extraordinárias em situações de terrorismo.
Recentemente, um terrorista palestino assassinou policiais israelenses no Monte do Templo, e diante dessa situação, o Conselho Rabínico ZAKA optou por treinar, de acordo com a liturgia judaica, os sacerdotes para subir ao local sagrado em caso de necessidade de remoção de corpos.
De acordo com informações do Breaking Israel News, o especialista Yaakov Hayman acredita que a tragédia recente causada pelo terrorista palestino atenda a um propósito divino: “Quando o povo judeu não avança com rapidez suficiente, Deus faz algo para forçá-lo. Os árabes criaram uma nova situação no Monte do Templo. Não estávamos nos preparando para isso, então aconteceu algo que nos obrigou a lidar com isso”.
Essa será a primeira vez em milênios – já que o Segundo Templo foi destruído no ano 70 d. C. pelo Império Romano – que os sacerdotes receberão treinamento para entrar na área do Santo dos Santos, embora não seja com a finalidade de oferecer sacrifícios, e sim, recuperar cadáveres.
O conselho ZAKA, dirigido pelo rabino Avigdor Nebenzahl, acredita que embora a eventual necessidade de remoção dos cadáveres no Monte do Templo não seja uma obrigação sacerdotal, em certas situações, eles devem estar preparados. Para isso, foi aberta uma exceção, já que eles são proibidos de se tornarem impuros do ponto de vista ritual, e também de entrarem em cemitérios, necrotérios ou outros locais com corpos.
“O Monte do Templo é o lugar mais sagrado para o judaísmo e há uma exigência de que todos os objetos ritualmente impuros sejam removidos o mais rápido possível”, afirmou Nebenzahl. “Neste caso, os rabinos decidiram que é aceitável que um sacerdote torna-se impuro para remover algo do Monte do Templo”.