Aidan Nichols, um dos teólogos mais conhecidos no mundo anglo-saxão, e mais 50 outros estudiosos, entre sacerdotes católicos e teólogos, publicaram uma carta acusando o líder máximo da Igreja Católica, o papa Francisco, de cometer heresias.
Se trata de uma medida inédita dentro do Vaticano nos tempos modernos, motivada pelo descontentamento de uma ala mais conservadora da Igreja com os atuais posicionamentos do bispo de Roma.
Eles pedem no documento para que os líderes da Igreja Católica “tomem as providências necessárias para lidar com a grave situação”, a qual se refere à prática de heresias.
“Tomamos essa medida como um último recurso para responder ao dano acumulado causado pelas palavras e ações do papa Francisco ao longo de vários anos, que deram origem a uma das piores crises da história da Igreja Católica”, afirmam os autores.
Francisco é conhecido por ter uma visão mais flexível com relação a temas considerados polêmicos e até inegociáveis pela Igreja Católica ao longo da sua história, como a aproximação com os protestantes e a aceitação da homossexualidade como parte da sexualidade humana.
Outro ponto considerável é a falta de posicionamento taxativo do papa Francisco contra os regimes ideológicos responsáveis pela opressão política, perseguição religiosa e morte de cristãos em todo o mundo, como os regimes políticos da China, Coreia do Norte e Venezuela.
“Limitamo-nos a acusá-lo de heresia em ocasiões em que ele negou publicamente as verdades da fé, e depois agiu de forma consistente, demonstrando que ele não acredita nessas verdades que ele negou publicamente”, diz outra parte do documento, que possui no total 20 páginas.
Os autores pedem que os sacerdotes da Congregação para a Doutrina da Fé, um departamento específico do Vaticano que remete ao período da “Santa Inquisição”, estabelecida em 1542, julgue o pontífice, considerando que um “papado herético não pode ser tolerado ou dissimulado para evitar um mal maior”.
Assim, os autores pedem “respeitosamente pedem aos bispos da Igreja que investiguem as acusações contidas na carta, para que, se os julgarem bem fundamentados, possam libertar a Igreja de sua aflição atual, de acordo com o adágio consagrado”, diz o documento, segundo o Life Site News.