O reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus Lopes publicou um artigo em que fala sobre a apostasia no meio cristão como um substrato do pecado.
Em tom de lamento, mencionou casos em que amigos e mestres se tornaram apóstatas, e falou do medo que sente de, um dia, também se afastar de Deus.
Para Lopes, os motivos que levam um cristão à apostasia do cristianismo estão intrinsecamente ligados ao pecado: “A demora, a relutância, a indolência e a negligência em romper definitivamente com o pecado e o erro são causas prováveis de apostasia, conforme o autor de Hebreus ensina em toda a sua carta”, escreveu o pastor.
“Ele avisa que a dureza de coração e a incredulidade são capazes de afastar alguém do Deus vivo (Hb 3.12-13)”, acrescentou, em sua página no Facebook.
“Em resumo”, afirmou o reverendo, “os motivos externos são vários: amor ao dinheiro, orgulho, problemas morais não resolvidos, vaidade intelectual, falta de coragem para assumir a verdade e desejo de novidades. A raiz de tudo isso, ao meu ver, é a falta de um coração regenerado, um motivo que os autores bíblicos estão sempre prontos a admitir”, observou.
Ainda de acordo como texto, um “apóstata pode permanecer muitos anos na igreja e no ministério cristão sem jamais revelar a apostasia que já aconteceu em seu coração”.
Sem deixar de mencionar aqueles que “assumem a apostasia e rompem abertamente com a fé cristã histórica”, Lopes afirma que os que se afastam de Deus “geralmente adotam outras doutrinas que mesmo aparecendo com cara de novas e revestidas de respeitabilidade intelectual, nada mais são que as velhas heresias teológicas e morais que a Igreja já enfrentou ao longo dos anos”.
“Eu não me espantaria se por detrás dos grandes desvios teológicos da história encontrássemos pecados não resolvidos, orgulho, vaidade intelectual, soberba, dureza de coração e – obviamente – corações não regenerados. É claro que nunca saberemos ao certo. A história não registra essas coisas que sempre são abafadas, escondidas e quase nunca declaradas”, ponderou o reverendo.
Para Augustus Nicodemus Lopes, “só há uma coisa que mantém o cristão na verdade: o temor a Deus, a humildade e um coração quebrantado”.
O reverendo acrescenta que essas duas coisas garantem um relacionamento saudável com o Pai: “Os que verdadeiramente se humilham diante de Deus e tremem de sua Palavra, mesmo que errem em pontos secundários, que caiam eventualmente em pecados, jamais se afastarão definitivamente de Deus e da sua palavra. O verdadeiro crente não pode mais abandonar a Deus. Nem que queira”.
Na conclusão, o texto alerta para a realidade na igreja em nosso país: “A apostasia é uma realidade muito mais presente nos meios evangélicos brasileiros do que se deseja perceber. O falso conceito de tolerância, o relativismo, a falta de convicções doutrinárias, o liberalismo teológico travestido de ciência, tudo isso favorece um quadro cinza e enevoado onde os contornos do verdadeiro Cristianismo não são percebidos com clareza. À noite, todos os gatos são pardos”.