O ator brasileiro Rodrigo Santoro interpretou Jesus Cristo na refilmagem do clássico “Ben Hur”, e afirmou que se emocionou durante sua preparação para viver o personagem.
“Inevitavelmente foi uma jornada íntima e espiritual, não tinha como não ser”, disse Santoro, antes de ressaltar a influência do cristianismo em sua infância: “Bilhões de pessoas têm uma relação íntima, independente da religião. Dentre esses bilhões, eu estou no meio. Eu cresci escutando histórias sobre o menino Jesus da minha avó, que é italiana, católica praticante. Ele sempre fez parte, com muita força, do meu imaginário e da minha vida”, afirmou.
Santoro concedeu uma entrevista coletiva no lançamento do filme, em São Paulo, ao lado do ator britânico Jack Huston, que interpreta o protagonista do longa-metragem, produzido pela Paramount Pictures. A estreia acontece na próxima quinta-feira, 18 de agosto.
A figura de Jesus Cristo exerce um impacto singular sobre a humanidade, e Santoro chegou às lágrimas ao comentar a cena da crucificação: “Foi um momento absolutamente inesquecível. A cena foi fortíssima, eu nunca vou me esquecer”, disse.
A cena foi gravada em condições adversas, de acordo com o ator, que enfrentou seis horas de maquiagem e um frio intenso no local onde estava montado o cenário do Gólgota. Ainda assim, Santoro disse que essa foi uma das situações mais emocionantes já vividas por ele em um set: “É uma sensação indescritível estar pregado numa cruz, tendo que de dizer aquelas coisas, tendo de externar o sentimento do mundo”.
História x ficção
O roteiro do filme conta a história de Judah Ben-Hur, príncipe de uma nobre família judia e criado ao lado do irmão adotivo, o romano Messala (Toby Kebbell), que na fase adulta, se torna um oficial do alto escalão do exército do Império e se afasta da família.
Quando Ben-Hur é acusado injustamente de traição, ele se vê obrigado a enfrentar anos de escravidão, movido pelo desejo de vingança de Messala.
No desenrolar da história, Ben Hur vê seus caminhos se cruzarem com o de Jesus Cristo, que havia sido condenado à cruz, e os conceitos pregados por ele impactam a vida do judeu, transformando o final da história de vingança em uma mensagem de amor, perdão e redenção.
“A natureza humana é complexa. Quando alguém te fecha no trânsito você fica louco, mas como dar a outra face, como fazer isso? Tentei bastante quando me preparei para fazer esse personagem, e me deparei com os limites da minha própria humanidade. A gente sabe o que precisa fazer, o negócio é colocar em prática. Eu acho que é a coisa mais forte que ficou comigo”, concluiu Santoro, segundo informações do Guia-me.