“Dilma não será escolhida pastora, mas gestora do Brasil”, disse o senador eleito pelo PT baiano Walter Pinheiro, na noite desta quinta-feira (21), durante evento que reuniu cerca de 700 pastores e líderes evangélicos de toda a Bahia, em Salvador. A afirmação retrata uma tentativa de Pinheiro, que segue a doutrina Batista, e de seu partido de separar o discurso religioso do político em um momento crucial da corrida à Presidência da República, que mostra uma Dilma Rousseff (PT) ainda marcada pelo estigma de não religiosa.
Mesmo defendendo indiretamente o estado laico, Pinheiro ressaltou a necessidade de o segmento participar da tomada de decisões junto às casas executivas e legislativas do Brasil. “Orar é bom, mas nós precisamos agir, ter atitude”, declarou. Ainda para Pinheiro, que disse ser “orientado pela palavra de Deus”, o segundo turno veio a calhar, pois se tornou na oportunidade dos pleitos evangélicos chegarem a Dilma, já que representam “um segmento que tem direitos”.
Ele ressaltou também que os boatos que correm sobre a religiosidade da presidenciável reprisam o que sofreu Lula em 2002, antes de se tornar presidente. “Ouvíamos que não era possível eleger Lula porque ele era o satanás”, lembrou. No encontro, o senador eleito também teceu elogios a Marina Silva (PV), candidata derrotada no primeiro turno, comprovando uma busca pelos quase 20 milhões de votos que a senadora evangélica obteve no pleito.
O grupo do qual Walter Pinheiro participa, formado pela coordenação de campanha da candidata petista, está cruzando o Brasil e realizando encontros evangélicos a fim de desmentir os boatos que cercam a candidata, além de conquistar uma boa parcela dos eleitores de Marina Silva, os chamados ‘marineiros’. Com a participação do senador Magno Malta, a equipe já esteve em Curitiba, Fortaleza, Cuiabá, Minas Gerais e Bahia. Seguem agora para o Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.
Na Bahia, a busca por fiéis já dá resultados. Pela manhã, o pastor Orlando Gomes, do município de Camaçari, entregou à coordenação da campanha petista, em Brasília, um manifesto em favor de Dilma com 101 assinaturas de lideranças que representavam cerca de 60 congregações evangélicas do município, totalizando 30 mil fiéis.
Fonte: Último Segundo / Gospel+
Via: Gospel Prime