Uma pré-adolescente cristã paquistanesa foi sequestrada por um trio de muçulmanos para ser forçada a se casar com um deles e se tornar seguidora do islã, mas a Polícia conseguiu recupera-la.
A polícia de Faisalabad, no Paquistão, recuperou Farah Shaheen, uma menina de 12 anos que foi sequestrada em junho. Ativistas de Direitos Humanos relatam que Shaheen tinha marcas de abuso em seu corpo e foi transferida para um abrigo pelos tribunais locais.
“As autoridades trouxeram [Farah] pela primeira vez à delegacia depois de negociações com os criminosos”, relatou Lala Robin Daniel, uma ativista local dos Direitos Humanos. “Seus tornozelos e pés estavam feridos. Eles foram enfaixados na delegacia. Ela estava traumatizada e não podia falar sobre a tortura”, acrescentou.
Conforme informações da entidade International Christian Concern (ICC), os pais da menina relataram que três muçulmanos, incluindo Khizar Ahmad Ali, de 45 anos, sequestraram Shaheen de sua casa em 25 de junho. Após o sequestro, os pais de Shaheen afirmam que sua filha foi forçada a casar com Ali e se converter ao islamismo.
“O casamento dela, a conversão forçada e os pés machucados falam do horror”, postou Lala Robin Daniel nas redes sociais. “Meninas menores de idade de minorias religiosas não estão seguras devido à legislação defeituosa e incompleta. Polícia, Judiciário e leis fracas zombam dos pais pobres”, desabafou a ativista.
Há pouco tempo, o primeiro-ministro do Paquistão ordenou uma investigação sobre relatos de conversões forçadas de mulheres e meninas de comunidades religiosas minoritárias do país, que inclui os cristãos. Outros funcionários do governo continuaram dizendo que conversões e casamentos forçados não serão mais tolerados.
De acordo com um estudo de 2014 do Movimento pela Solidariedade e Paz no Paquistão, cerca de 1.000 mulheres cristãs e hindus são sequestradas, casadas e convertidas à força todos os anos. Muitas das vítimas são menores de idade.
As agressões sexuais e os casamentos fraudulentos são usados pelos perpetradores para prender as vítimas e as autoridades – muitas das quais compartilham a religião muçulmana – são frequentemente cúmplices.
“A questão da religião é injetada em casos de agressão sexual para colocar as vítimas de comunidades de minorias religiosas em desvantagem. Jogando com preconceitos religiosos, os perpetradores sabem que podem encobrir e justificar seus crimes introduzindo um elemento de religião”, avaliou a ICC.