O Ministério Público moveu ação contra o pastor Silas Malafaia e contra a TV Bandeirantes, pedindo retratação pelas declarações do pastor durante o programa Vitória em Cristo, quando Silas afirmou que a Igreja Católica deveria retaliar as ações de manifestantes homossexuais durante a Parada Gay em São Paulo.
Silas afirmou ser “absurda” a ação do MP e garantiu que não irá se retratar com os ativistas gays: “Em hipótese alguma vou pedir retratação, pois isso é um absurdo. Os gays manipularam a minha fala para me incriminar, e sou eu que tenho de pedir retratação? Isto deve ser uma brincadeira”, afirmou o pastor, em nota. Para Malafaia, o MP quer “rasgar” a Constituição Brasileira para beneficiar os homossexuais, e garante que irá se manter firme em sua postura: “Vou às últimas consequências na Justiça”.
Esse episódio foi marcado por um vídeo editado em que os denunciantes suprimiram a frase completa do pastor e frisaram as frases “entrar de pau” e “baixar o porrete”. O pastor Silas foi acusado de homofobia e de incitação ao crime de ódio. A frase completa era um pedido do pastor à Igreja Católica para que tomasse providências em relação à banalização de símbolos católicos durante a Parada Gay: “Os caras na Parada Gay ridicularizaram símbolos da Igreja Católica e ninguém fala nada. É para a Igreja Católica ‘entrar de pau’ em cima desses caras, sabe? ‘Baixar o porrete’ em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha”.
Porém, o procurador responsável pela ação, Jefferson Aparecido Dias, Silas Malafaia demonstrou ódio em seu discurso: “As gírias ‘entrar de pau’ e ‘baixar o porrete’ têm claro conteúdo homofóbico, por incitar a violência em relação aos homossexuais”, relata o procurador Dias na ação. O tempo requerido pelo procurador para a retratação de Silas Malafaia deverá ter no mínimo, o dobro do tempo usado para tecer os comentários e que o pastor não se pronuncie mais de maneira que possa ser interpretada como homofobia.
Em relação à TV Bandeirantes, o procurador entende que a emissora deveria evitar que mensagens homofóbicas fossem transmitidas em sua programação. A direção da emissora afirmou que fará pronunciamento “oportunamente através do seu departamento jurídico”.
No inquérito, consta depoimento do pastor Silas Malafaia dizendo que teceu uma “crítica severa a determinadas atitudes de determinadas pessoas desse segmento social, acrescida também de reflexão e crítica sobre a ausência de posicionamento adequado por parte das pessoas atingidas”.
Em resposta, o procurador afirma na ação que a fala de Silas Malafaia poderia ser interpretada de forma errada por parte dos fiéis, o que causaria perseguição a homossexuais. Como exemplo, cita os inúmeros e-mails que recebeu dos seguidores de Silas Malafaia após um pedido do pastor. “Da mesma forma que seus seguidores atenderam prontamente o seu apelo para o envio de tais e-mails, o que poderá acontecer se eles decidirem, literalmente, “entrar de pau” ou “baixar o porrete” em homossexuais?”, questiona Jefferson Aparecido Dias.
Fonte: Gospel+