As trocas de farpas entre os veículos do Grupo Globo e o pastor Silas Malafaia subiram de tom na última semana, com o líder da Assemebleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) apontando publicações dos veículos da empresa que indicam que haveria uma exploração de fatos com um viés de detração contra ele.
A base para a reação do pastor foi uma nota publicada na coluna do jornalista Ancelmo Góis, no site do jornal O Globo, no último dia 10 de abril, com o título “Igreja de Silas Malafaia não poderá realizar cultos no estado do Rio durante pandemia, determina desembargador” e a sentença “Derrota de Malafaia” como destaque.
Em seu texto, o jornalista dizia que a 13ª Vara havia impedido o pastor de realizar cultos e estabelecido multa, acatando recurso do Ministério Público. “Caso o pastor desrespeite a decisão, pagará R$ 10 mil por culto realizado”, resumiu Góis.
Após a publicação, Malafaia recorreu a seu canal no YouTube, com um milhão de inscritos, para expor a postura dos jornalistas da empresa, já que os diferentes veículos do Grupo Globo já vinham noticiando a disputa judicial entre as partes e indicou que a publicação de Ancelmo Góis havia sido usada para distorcer fatos.
“Quero agradecer a Deus porque Deus é espetacular. Ele transtorna os nossos inimigos para eles mesmos caírem nas armadilhas que eles aprontam. E também quero agradecer ao Grupo Globo pela oportunidade de desmascarar vocês mesmos”, ironizou Malafaia.
“Eles acabaram de dar uma ideia como se dia 09 eu estava com minha igreja aberta e um desembargador mandou fechar. A história começa lá pelo dia 15 de março quando eu fiz a seguinte declaração: ‘Só a Justiça pode fechar a igreja que sou pastor’. Porque estava uma festa de prefeitos mandando lacrar igreja totalmente. Eu disse ‘não pode’. O artigo 5° inciso VI diz que lugar de culto é inviolável e tem a proteção do Estado”, contextualizou o pastor da ADVEC.
“O Ministério Público do estado do Rio entrou com uma ação pedindo o fechamento das minhas igrejas. No dia 19 foi publicado pelo jornal O Globo o pedido. No próprio dia 19 O Globo publicou que o juiz não deu nada que o Ministério Público pediu. Agora, o interessante é que o dia 19 foi o último dia de culto na nossa igreja, depois só online. No dia 20 – isso é que é importante para mostrar que o Grupo Globo já sabia que nossas igrejas estavam fechadas – [saiu reportagem] no jornal O Globo dizendo que eu decidi fechar a igreja atendendo à solicitação das autoridades”, acrescentou Malafaia.
O pastor seguiu sua narração dos eventos indicando que as matérias publicadas pelos veículos globais não ajudavam a tornar a situação clara para os leitores ou telespectadores: “No dia 21 de março o Ministério Público entra na segunda instância, ele agrava [por que] perdeu na primeira. O desembargador de plantão – e é isso que a gente queria – decide então [que] igreja não pode ter culto, mas pode estar aberta para atender pessoas”, pontuou. “Interessante que ninguém da Globo quis publicar essa decisão da segunda instância”, enfatizou Malafaia.
“Como o agravo foi dado por um desembargador do plantão na segunda instância, o processo é redistribuído e vai para outro desembargador. O que esse desembargador da 13ª Vara fez? Normalíssimo: ele repetiu a mesma decisão que já tinha sido dada por um outro colega”, afirmou o pastor, antes de atacar a forma equivocada de reportar os fatos por parte do jornalismo global: “Eles começam a mostrar gente que morre de coronavírus, toda essa problemática, e depois vem com a notícia dizendo que a Justiça mandou fechar a igreja, como se a minha igreja estivesse aberta até sexta-feira”.
No final, o líder neopentecostal afirmou que a intenção da Globo era transmitir às pessoas a ideia de que ele estaria cometendo desobediência civil”, como forma de desacreditá-lo: “Eu sei por que! Porque eu tenho dado pancada na imprensa parcial; porque sou aliado de Bolsonaro. Sei qual é a maldade que está por trás”.