Na Suécia, milhares de pessoas estão incorporando chips em seus corpos por conta da “confiança que têm na tecnologia e seu potencial positivo”. A notícia repercutiu no meio cristão, causando o já tradicional alerta entre os fiéis que associam chips à “marca da besta”.
“A crença na tecnologia digital e a confiança em seu potencial afetaram fortemente a cultura sueca. E o movimento trans-humanista se solidificou sobre isso. De fato, a Suécia teve um papel importante na formação da ideologia trans-humanista”, pontuou um relatório da Phys.org.
“A fundação global trans-humanista Humanity+ foi co-fundada pelo sueco Nick Bostrom em 1998. Desde então, muitos suecos se convenceram de que deveriam tentar melhorar e melhorar seus corpos biológicos”, acrescentou o documento.
No entanto, muitos cristãos considerar “chipar” o corpo como uma forma de adquirir a “marca da besta”. Um dos que enxergam dessa forma é o escritor David Jeremiah: “Durante a tribulação, toda pessoa viva será obrigada a ser marcada com o número 666 – a marca da besta”, disse, em um texto publicado em seu site.
“Em Apocalipse 13 nos é dito que a besta da terra (o falso profeta) introduzirá a marca: ‘Ele faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca em sua mão direita ou nas suas testas, e que ninguém pode comprar ou vender senão aquele que tem a marca ou o nome da besta, ou o número do seu nome’”, contextualizou.
“Aqueles que se recusarem a aceitar serão forçados a falir ou morrer de fome”, acrescentou o escritor, segundo informações do WND.
Do outro lado, a Phys.org explica que para os suecos tudo não passa de comodidade: “Como o mundo está chocado com o número de pessoas que estão sendo microchipadas na Suécia, devemos aproveitar esta oportunidade para aprofundar o relacionamento notável da Suécia com todas as coisas digitais. Afinal, esse fenômeno mais recente é apenas uma manifestação de uma fé fundamental na tecnologia que torna a Suécia singular”.
O relatório da entidade enfatizou que os chips, vendidos e implantados aos “milhares” na Suécia, “podem funcionar como cartões de crédito sem contato, cartões-chave e até cartões de transporte”.
“Uma vez que o chip esteja debaixo da sua pele, não há mais a necessidade de se preocupar em perder um cartão ou carregar uma carteira pesada. Mas para muitas pessoas, a ideia de carregar um microchip no corpo parece mais distópica do que prática”, continuou.
A Phys.org sugeriu que o alto índice de bem-estar social no país é um dos fatores que influenciam na busca frenética por implantes dos dispositivos: “Os fatores por trás dos cerca de 3.500 suecos que tiveram microchips implantados neles são mais complexos do que você poderia imaginar […] O caso de amor da Suécia com todas as coisas digitais é muito mais profundo do que esses microchips”.
Nas últimas duas décadas, o governo sueco investiu pesadamente em infra-estrutura de tecnologia, e agora a economia do país é “amplamente baseada em exportação digital, serviços digitais e inovações tecnológicas digitais”, destacou o relatório.