Uma teóloga ganhou as manchetes da mídia cristã internacional essa semana por afirmar que Jesus sofreu abusos sexuais durante o calvário.
A teóloga Rocio Figueroa, fiel da Igreja Católica, disse que as Escrituras evidenciam que Jesus sofreu abusos sexuais, e publicou um estudo intitulado “Reconhecendo Jesus como uma Vítima do Abuso Sexual”, em parceria com o teólogo David Tombs.
De acordo com informações do portal Faith Wire, a dupla de teólogos explorou os evangelhos e concluiu que Jesus foi submetido a algum tipo de humilhação sexual durante sua prisão, julgamento e crucificação.
Os teólogos afirmam que Cristo “sofreu uma descamação forçada”: “Três vezes ele foi forçado a tirar a roupa, e foi na frente de uma corte de 500 soldados”, comentou Figueroa, argumentando que o propósito das ações das autoridades contra Jesus era a “humilhação sexual”.
A própria Figueroa enfrentou uma situação de abuso sexual no passado. Ela afirmou que no contexto histórico, era muito comum nas comunidades romana e judaica que os presos sofressem algum tipo de tortura e humilhação de cunho sexual.
“Também era uma prática comum crucificar os prisioneiros absolutamente nus. A realidade é que Jesus morreu nu. O objetivo não era apenas matar a vítima, mas também humilhar, humilhar sexualmente”, sustentou a teóloga peruana.
Enquanto muitas representações artísticas de Jesus o retratam coberto por um pano, é improvável que ele tivesse qualquer tipo de veste que preservasse sua dignidade. Os evangelhos observam como as autoridades romanas lançaram muitas roupas de Jesus.
Figueroa, tentando entender as muitas interpretações bem conhecidas de Jesus, disse que talvez os artistas “sentissem que era escandaloso demais, forte demais, chocante demais para ver Jesus tão humano, tão realista”, pontuou.
Um ponto importante na interpretação do trabalho da teóloga peruana é observar que ela diferencia a “humilhação sexual” da “agressão sexual”. Outra parte do estudo explorou como as pessoas reagiriam ao aprendizado de que Jesus tenha sido, talvez, um sobrevivente de abuso sexual.
Falando sobre sua experiência pessoal, Rocio Figueroa disse que sofreu abuso sexual nas mãos de um membro masculino de alto escalão do Sodalitium Christianae Vitae (SCV), que foi estabelecido no Peru em 1971, quando ela tinha apenas 15 anos de idade.
A pesquisa encontrou a reação dos sobreviventes às descobertas de seu estudo sobre Jesus variado. Alguns disseram que a revelação seria útil para os sobreviventes, mas somente se fossem cristãos. Para aqueles que estão fora da fé, a informação seria irrelevante.
Figueroa, por sua vez, concluiu que é “poderoso” entender que Jesus suportou alguma forma de transgressão sexual: “Se vemos Jesus em sua realidade humana, e ele mesmo sofreu humilhação sexual e sentiu o que uma vítima poderia sentir, isso é poderoso. Ele também sentiu vergonha em seu corpo. Ele se sentiu ridicularizado, sentiu-se vulnerável, [da mesma forma que] uma vítima sente quando seu corpo é exposto sem respeito”.
“Eu me senti absolutamente consolada”, resumiu a teóloga, evidenciando que a superação de tamanho trauma costuma levar tempo e exige perseverança.