O grupo de extremistas islâmicos Boko Haram atacou novamente e de forma brutal, deixando mais de 100 pessoas mortas, segundo informações de um funcionário da Organização das Nações Unidas que reside na Nigéria, África.
Edward Kallon se disse chocado com a brutalidade e covardia do ataque, não apenas pelo número de mortos, mas também pelas vítimas, trabalhadores de uma fazenda de arroz.
“Estou indignado e horrorizado com o horrível ataque contra civis. Pelo menos 110 civis foram mortos sem piedade e muitos outros ficaram feridos neste ataque”, disse ele, segundo informações da Bloomberg.
Segundo fontes locais, o ataque ocorreu no estado de Borno no último dia 28. O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, que pertence à etnia Fulani, uma que também tem se envolvido em ataques extremistas, lamentou o episódio.
“Eu condeno a morte de nossos agricultores trabalhadores por terroristas no estado de Borno. O país inteiro está ferido por essas mortes sem sentido. Meus pensamentos estão com suas famílias neste momento de luto. Que suas almas descansem em paz”, declarou o presidente.
O governador de Borno, Babagana Zulum, também lamentou o ataque que matou dezenas de pessoas, ressaltando que a situação é extremamente delicada, uma vez que a população precisa trabalhar, o que significa se expor ao risco de novos atentados.
“Nosso povo está em uma situação muito difícil. Se ficarem em casa, podem morrer de fome. Eles vão para suas fazendas e correm o risco de serem mortos pelos insurgentes”, disse ele.
O radicalismo político e religioso do Boko Haram é um dos principais problemas na Nigéria, país que ocupa a nona posição entre os 50 que mais perseguem cristãos no planeta, segundo a lista anual de 2021 da organização Portas Abertas.
“Mais cristãos são assassinados por causa da fé na Nigéria do que em qualquer outro país. Ataques violentos do Boko Haram, pastores de cabra fulanis, Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês, grupo afiliado ao Estado Islâmico) e outros extremistas islâmicos são comuns no Norte e Cinturão Médio do país”, diz a entidade.
Muçulmanos da etnia Fulani assassinaram 23 cristãos com tiros e facões na Nigéria