Milhares de soldados americanos participam de incursões em países como o Afeganistão e o Iraque, colocando suas vidas em risco constante. Muitos sofrem sequelas permanentes, em decorrência de atentados, explosões e confrontos com terroristas. Esse foi o caso de Noah Galloway, que recentemente falou da sua história e como conseguiu superar os traumas provocados pela guerra.
Galloway foi para o Iraque pela segunda vez em dezembro de 2005. Ele entrou em uma região conhecida como “Triângulo da Morte”, no sudoeste de Bagdá. Na ocasião, não se tratava de uma missão militar. Ele já tinha feito uma poucas horas antes e naquele momento estava descansando em sua base.
Entretanto, o soldado viu que alguns colegas estavam saindo para realizar algumas tarefas de rotina. Tomado pelo espírito de equipe, Galloway quis fazer companhia aos companheiros de batalha: “Eu não queria que eles fossem, algo de ruim acontecesse e eu não estivesse lá. Insisti em dirigir o veículo principal”, disse ele, segundo o portal The Christian Post.
A decisão de acompanhar seus colegas mudou radicalmente a sua vida, quando no meio do percurso eles passaram por uma bomba estrategicamente posicionada na rota de acesso ao destino, onde não puderam detectar:
“Foi uma bomba de beira de estrada grande o suficiente para que fez o carro voar longe. Eu não me lembro de nada”, disse ele. “Eu me lembro de acordar no dia de Natal no hospital. Eu não tinha ideia da condição que eu estava”.
Quando acordou do coma induzido, Galloway viu que estava sem o braço e perna esquerdos. Com três filhos em casa, ele disse que foi tomado por um misto de emoções: “Eu ficava tipo: ‘Tudo bem. Eu vou ficar bem’ e no dia seguinte eu estava com raiva. No dia seguinte eu estava chorando como um bebê”.
Desde então Galloway passou por um período de negação e revolta. Sem saber como lidar com a nova condição de vida, ele procurou refúgio na bebida e nas festas: “Eu estava bebendo o tempo todo e ficava acordado a noite toda. Eu tinha uma esposa e filhos, eles estavam em casa dormindo e eu saía e só festejava”.
Com o tempo, no entanto, a consciência de responsabilidade de Galloway e a certeza de que a sua vida possui um sentido na existência de Deus foi tomando lugar em sua mente.
Aos poucos Galloway iniciou novas atividades, começou a falar da sua história e a fazer palestras em vários lugares dos Estados Unidos. O que foi motivo de revolta se transformou em mais um testemunho de fé, superação e coragem.
“Eu tive pessoas desde cedo que me perguntaram se eu estava bravo ou com raiva de Deus. Mas, eu nunca tive”, conclui.