A escalada autoritária do Supremo Tribunal Federal (STF) através do inquérito que investiga supostas fake news, assim como a decisão que, na prática, fechou o jornal Folha Política, foram assunto de um vídeo do pastor Silas Malafaia, que definiu o cenário como uma “ditadura”.
Inicialmente, o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) destacou o único voto contrário ao inquérito entre os ministros da Suprema Corte, reproduzindo suas palavras para adjetivar a ação em curso: “O voto do ministro Marco Aurélio é uma cacetada nessa tirania do STF. Vou ler para vocês: ‘Estamos diante de um inquérito natimorto, um inquérito do fim do mundo, sem limites. Se o órgão que acusa é o mesmo que julga, não há garantia de imparcialidade’. Várias associações do Ministério Público têm denunciado esse abuso de competência do STF e a imprensa não dá destaque”.
As manifestações dos procuradores, em oposição à usurpação de função, também foram pontuadas pelo pastor: “Membros do Ministério Público estão indignados com o STF. Não pertence ao juiz, mas ao Ministério Público o sistema acusatório. São eles os senhores da ação penal. […] A vítima não pode processar e julgar”.
“Quer dizer que o senhor Alexandre de Moraes manda na casa das pessoas para tentar ver se consegue arrumar alguma coisa dessas pessoas a seu favor, que é vítima. Isso é um absurdo! Ninguém pode ser processado porque dá dinheiro a sites, seja da direita ou da esquerda. A pessoa é livre. Mais um abuso e absurdo, mandando fechar sites, suspender matérias. Aonde nós vamos parar?”, questionou, indignado.
Malafaia também se dirigiu especificamente ao ministro Luís Roberto Barroso – que assumidamente se posiciona como um entusiasta do progressismo e age pela legalização do aborto e drogas, por exemplo – criticando seu posicionamento durante o julgamento da validade do inquérito, quando dispensou as “formalidades”.
“Na inquisição, quem julgava, investigava. A humanidade evoluiu, viu ministro Barroso, que gosta de ciência e iluminismo. O que a humanidade chegou à conclusão? Para não haver abuso, injustiça, um é o que investiga, a Polícia; o outro, Ministério Público, quem verifica se acusa ou não; e um outro, julga. O STF se excedeu à inquisição”, criticou o líder evangélico.
“Como não sou covarde e nem omisso, mas vou falar do caso de Sara Winter: discordo dos métodos e da fala dela, agora o Supremo Tribunal Federal manter essa mulher presa é mais um abuso da tirania do STF. O juiz arquivou a acusação contra a lei de segurança nacional. Injúria e ameaça não é crime para ficar na cadeia. Lula tem mais de dez anos de condenação e está solto”, pontuou.
“Que tirania! Onde é que nós vamos parar, povo brasileiro? […] Mais de 500 oficiais generais da reserva [fazem um] protesto veemente contra a tirania do STF. […] Que vergonha ver a omissão de Davi Alcolumbre, presidente do Senado; a omissão de Rodrigo Maia, presidente da Câmara; a omissão desse esquerdopata de carteirinha, o [Felipe] Santa Cruz, presidente da OAB. A OAB sempre foi vanguarda na defesa da liberdade de expressão, das garantias individuais e contra qualquer ato de censura e ditadura. Que vergonha. A imprensa calada, apoiando o golpe da toga do STF por causa de grana”, disse Malafaia.
O tom de crítica do pastor se tornou mais agudo próximo do fim: “Escute, Alexandre de Moraes tinha que tomar um impeachment do STF, tinha que ir para a cadeia. Esse covarde, que se esconde atrás da toga e manda fechar um jornal – porque quando tira os equipamentos, servidores, e todo equipamento eletrônico, é para fechar o jornal. Olha, pior do que o tempo da ditadura”, disparou, referindo-se ao caso do jornal Folha Política.
“Preste atenção no que vou falar: mais dia, menos dia, vai acontecer alguma coisa. Ou pelo Senado, ou pela revolta do povo, ou pelos militares, ou por Deus. Alguma coisa vai acontecer e isso não vai ficar assim. Esses tiranos de toga do STF vão cair. Vai acontecer alguma coisa”, encerrou.