Um casal cristão que vive no Sudão poderá passar por momentos de tortura nos próximos dias, caso seja condenado por “adultério”. A acusação partiu de um parente muçulmano após saber que Tia Kafi, de 34 anos, e a sua esposa Nada Hamad Shukralah, de 25 anos, se converteram ao cristianismo.
Nada foi o primeiro a deixar o islamismo para se entregar a Jesus Cristo. Ele e a esposa vivem no Sudão, um país classificado pela organização Portas Abertas como o 13ª que mais persegue cristãos no mundo.
Até 2020, enquanto o ex-presidente Omar al-Bashir estava no poder, a conversão a qualquer religião era considerada crime. Com a mudança de governo, a mudança de religião deixou de ser crime, mas a perseguição continuou existindo entre os muçulmanos.
Com a mudança para o cristianismo, o casamento de Tia Kafi e Nada foi anulado pela justiça islâmica do país. Com isso, o irmão de Nada passou a acusar os dois de “adultério”, a fim de atribuir um tipo de crime ainda em vigor na legislação local, já que não poderia acusá-los pelo extinto crime de conversão.
“O tribunal interrogou o casal depois que duas testemunhas disseram ao tribunal que o casamentol é ilegal e, como resultado, eles são acusados de adultério nos termos do artigo 146, mas eu disse ao tribunal que o casamento é legal”, afirmou o advogado que defende o casal.
Apesar da acusação infundada, os cristãos e o advogado de defesa temem pelo pior. O julgamento da ação ocorrerá no próximo dia 12. Se condenado, o casal poderá sofrer a pena de açoitamento como punição pelo suposto crime, segundo a Morning Star News.
Casados oficialmente desde 2016 no estado de Al Jazirah e agora membros de uma igreja batista local, Tia Kafi e Nada agora contam com as orações dos irmãos em Cristo em todo mundo, a fim de que Deus os livre da crueldade e do radicalismo religioso no Sudão.