Mantendo uma amizade que já dura 18 anos com uma das principais representantes da Teologia da Prosperidade nos Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump resolveu estreitar ainda mais os laços com a televangelista Paula White, nomeando-a conselheira espiritual da Casa Branca.
White, 53 anos, já atuava como conselheira espiritual de Trump enquanto presidente, desde o início do seu mandato em 2017, mas não era algo oficial. Dessa vez a televangelista vai integrar oficialmente o Gabinete de Contato Público do chefe do Executivo, atuando mais especificamente como conselheira na Iniciativa Fé e Oportunidade.
A Iniciativa Fé e Oportunidade é um órgão que procura associar iniciativas do governo aos interesses das igrejas, no sentido de fortalecer o vínculo entre os grupos religiosos com a sociedade.
“Essas organizações levantam pessoas, mantêm as famílias fortes e resolvem problemas no nível local. O poder executivo quer que as organizações comunitárias e religiosas, na máxima oportunidade permitida por lei, concorram em igualdade de condições com concessões, contratos, programas e outras oportunidades de financiamento federal”, explica um documento divulgado pela Casa Branca, segundo o The Christian Post.
“Os esforços das organizações religiosas e comunitárias são essenciais para revitalizar as comunidades, e o Governo Federal acolhe oportunidades de formar parcerias com essas organizações por meio de iniciativas inovadoras, mensuráveis e orientadas a resultados”, acrescenta.
Boa parte da mídia internacional, como o jornal El País e o The New York Times, ambos associados à visão de esquerda pelos aliados do governo americano, interpretaram a nomeação de Paula White como uma estratégia de Trump visando aproximar o eleitorado evangélico, já de olho nas eleições do próximo ano.
Ocorre que a figura de Paula White é controversa até mesmo entre os evangélicos, não apenas por questões morais – ela está em seu terceiro casamento – mas também teológicas. White é uma representante da Teologia da Prosperidade, a qual é vista como heresia por muitos cristãos.
“Enquanto Trump faz campanha para um segundo mandato, ele não pode perder o apoio dos conservadores religiosos que votaram nele em 2016 em números significativos . Sem o apoio deles, seu caminho para a reeleição seria significativamente mais estreito”, conclui o NYT.