Os pais de Archie Battersbee, de 12 anos, estão desolados. Em uma batalha judicial para reverter uma decisão que ordenou o desligamento dos aparelhos que auxiliam na manutenção da vida do menino, eles tiveram o que pode ter sido o último pedido negado nesta sexta-feira (29).
Isso porque, em 15 de julho, o juiz Anthony Hayden decidiu que a manutenção dos aparelhos ligados seria “inútil”, considerando o diagnóstico de morte cerebral do garoto, segundo a equipe médica do Royal London Hospital, onde Archie está sendo tratado, no Reino Unido.
Com isso, os pais de Archie entraram com um recurso de apelação no Supremo Tribunal do país na quinta-feira (28), depois que o Tribunal de Recurso os impediu de levar o caso à ONU. No entanto, a medida acabou sendo recusada.
A intenção dos pais de Archie era ganhar tempo para o filho, levando o seu caso ao Comitê de Direitos da ONU para Pessoas com Deficiência (UNRPD). Apesar do diagnóstico, os pais do menino acreditam que ele continua vivo e possui condições de se recuperar a qualquer momento.
O menino foi encontrado pelos pais inconsciente no dia 7 de abril, com um cordão no pescoço. A mãe explicou, na época, que Archie foi induzido por uma “brincadeira” divulgada na internet, conhecida como “desafio do apagão”, que conquiste em provocar desmaio a si mesmo. Infelizmente, o resultado foi que o garoto não acordou mais.
O Christian Legal Center (CLC), um escritório de advocacia que representa a família, lamentou a decisão de hoje. A mãe do menino, Holly Dance, continua apelando às autoridades para que deixem os aparelhos ligados.
“Tudo o que pedimos desde o início é que Archie tenha mais tempo e que os desejos de Archie e os nossos sejam respeitados. Enquanto Archie estiver vivo, eu nunca vou desistir dele. Ele é bom demais para desistir”, disse a mãe, segundo o Christian Post.
Dance argumentou que a morte de Archie “deve ser à maneira de Deus e no tempo de Deus”, e não por uma decisão judicial baseada em um diagnóstico que para alguns especialistas não é 100% preciso.
“Qual é a pressa? Por que o hospital e os tribunais estão tão ansiosos para fazer isso o mais rápido possível?”, questiona a mãe.
“Não acredito que haja algo ‘digno’ em planejar a morte de Archie. Para mim, esse seria o resultado mais traumático. Os pais precisam de apoio, não de pressão. É exaustivo o que passamos. Não deveríamos ter que lutar interminavelmente com o hospital nos tribunais pelo que acreditamos ser o certo para Archie”, conclui a mãe.
Tempo esgotando: Tribunal nega recurso dos pais de menino mantido por aparelhos