Pela primeira vez o Sínodo das igrejas Valdense e Metodista na Itália assumiu oficialmente uma posição contrária à pena de morte. A assembléia sinodal, reunida desde o domingo, 26, em Torre Pellice, Torino, foi contundente em seu chamado a abolir a pena capital.
Em documento, os delegados convidaram as igrejas “a se empenharem a favor de toda iniciativa que promova a postergação e a abolição da pena de morte em nível internacional”.
“Como poderia a comunidade cristã, discípula de um condenado a morte, Jesus, apoiar a pena capital? O sentimento comum de nossas comunidades é, há tempos, contrário à pena morte, mas agora o Sínodo, autoridade máxima em matéria de decisões de nossas igrejas, assumiu uma posição oficial”, disse o vice-moderador da igreja Valdense, Eugenio Bernardini.
O pronunciamento do Sínodo acontece no momento em que o governo italiano solicitou às Nações Unidas uma moratória planetária da pena capital.
A vice-presidenta da Federação de Igrejas Evangélicas na Itália, pastora Leticia Tomassone, enfatizou a necessidade de oferecer espaço ao perdão, que é o único que também pode gerar um espaço para a transformação.
O presidente da Igreja Reformada dos Estados Unidos, pastor Brad Lewis, assinalou que para a sua igreja “a pena capital é incompatível com o espírito de Cristo e a ética do amor. Cristo, que recusou a lapidação da mulher acusada de adultério, desejaria que nós falássemos ao mundo em termos de compaixão, não de vingança, de redenção, não de castigo irreversível”.
Lewis afirmou também que, ao contrário do que se pensa na Europa, “a pena de morte é uma questão aberta que divide os norte-americanos e a maior parte das igrejas cristãs históricas são contrárias à pena capital.”
Participaram da Assembléia Sinodal cerca de 250 membros, dos quais 180 são membros com direito de voto – pastores e leigos em igual número -, além de convidados e observadores da Itália e do exterior.
Fonte: ALC