Na madrugada desta quinta-feira (05) uma liminar do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o exercício de Eduardo Cunha do mandato de deputado e do comando da Câmara. Por unanimidade, os 11 ministros do STF o afastaram por tempo indeterminado.
Os ministros apontaram que Cunha usou o cargo para prejudicar as investigações da Lava Jato e o andamento do processo de cassação que responde no Conselho de Ética da Câmara. O deputado é réu e alvo de investigações na operação.
Em vídeo publicado em sua página oficial no Youtube, o pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, se posicionou sobre a decisão do STF e criticou o afastamento de Eduardo Cunha. “Todo mundo sabe que eu apoiei Eduardo Cunha para ser presidente da Câmara quando não havia uma acusação contra ele para derrotar o PT e aconteceu o que está acontecendo aí com o impeachment”.
Na gravação, Malafaia critica a decisão do ministro Teori, chamando de “canetada” a decisão. “Eu sempre fui a favor do afastamento de Dilma, Renan e Cunha pelo viés legal, não pelo viés ilegal”, e disse que “a Constituição tem que ser respeitada. Nunca vimos isso na História. É uma vergonha, quero deixar aqui meu protesto”.
Apesar da fala de Malafaia, a Operação Lava Jato contradiz o pastor. Em janeiro de 2015, Cunha foi citado nas investigações pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. De acordo com depoimento dado pelo policial, o deputado do PMDB teria sido beneficiado diretamente pelo esquema de corrupção instalado na Petrobras. Careca, inclusive, afirmou ter entregue dinheiro do Petrolão na casa de Cunha, no Rio de Janeiro. Quando eleito, no início de fevereiro de 2015, o pastor Silas Malafaia comemorou via Twitter: “Parabéns ao novo presidente da Câmara, deputado evangélico Eduardo Cunha, uma vitória espetacular. Humilhou o governo e o PT. Vão ter que nos aturar”.