No último domingo a aposentada Arlinda Bezerra das Chagas, de 72 anos, foi morta ao ser atingida por tiros durante um confronto entre traficantes e policiais militares no Complexo do Alemão. Após perder a esposa, Francisco Faustino das Chaggas, de 86 anos, viúvo de dona Dalva, como Arlinda era conhecida, afirma que pretende deixar o Rio de Janeiro e disse que irá “deixar [o caso] com a justiça divina”.
O viúvo conta que dona Dalva foi baleada após a festa de aniversário dela, e afirma que pretende voltar com sua família para o Rio Grande do Norte, de onde ele e a esposa saíram há 52 anos para tentar uma vida melhor no Rio.
– A gente estava comemorando os 72 anos dela, completados na quarta-feira, Dia de São Jorge. Quando a festa terminou, ela saiu de casa para deixar o sobrinho-neto Natan, de 10 anos, na casa da irmã. Foi quando escutamos muitos tiros. Ela só teve tempo de gritar para o menino correr de volta para casa – relatou Francisco.
– Agora estou sem rumo. Se fosse tomar alguma providência, viraria bandido. Vou deixar com a justiça divina. – completou o idoso.
Maria Francisca de Assis, de 44 anos, é nora da idosa e conta que foi a primeira pessoa a chegar ao local onde dona Dalva foi baleada.
– Ouvi os gritos me chamando. Quando cheguei ela me disse: ‘Não me deixe morrer, por favor’. Ela estava perdendo muito sangue. Depois se esticou toda no chão. Acho que morreu ali mesmo. É muito triste alguém perder a vida desse jeito. Ela era uma pessoa maravilhosa – relata.
Após ser baleada, a idosa foi socorrida pelo motorista de uma Kombi, que a levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.
De acordo com o Estadão, moradores revoltados com a morte da idosa realizaram um protesto no domingo à noite e fecharam a Avenida Itaoca (a principal da região) por cinco horas. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.
Por Dan Martins, para o Gospel+