O sucesso na definição mais comum é receber reconhecimento humano através da fama por algo que se dedica a fazer. Sob essa perspectiva, o blogueiro e missionário Yago Martins iniciou a produção de um documentário a respeito de “Ministérios Fracassados”.
Entre os depoimentos coletados, estão o reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus, o pastor Renato Vargens, o músico Eduardo Mano, o responsável pela editora Tempo de Colheira, Felipe Leitão, além do missionário Bruno Lima, diretor do Missões GAP, entre outros.
O propósito, segundo Yago Martins, é desmistificar o conceito de ministério bem sucedido, criado a partir dos parâmetros comuns, e conceituar um padrão de ministério bem sucedido segundo o resultado alcançado no sentido de transformação de vidas.
Em determinado trecho do documentário, o reverendo Augustus Nicodemus menciona a passagem bíblica de 1 Co 4:2 e afirma que o sucesso, no ministério, significa fidelidade: “O que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel”.
A produção do documentário foi baseada em oportunidades, embora existisse um planejamento. Yago revela que contou com a boa vontade e interesse dos entrevistados, além da ajuda de terceiros em relação a questões técnicas específicas.
A Redação do GospelMais entrou em contato com o blogueiro e fez uma entrevista exclusiva para compreender o contexto da iniciativa.
Confira abaixo a entrevista na íntegra com Yago Martins, e assista ao documentário no vídeo ao final:
Yago, como surgiu a ideia de gravar esse documentário?
A ideia de gravar o documentário começou em um momento de autoconhecimento. Observei como, no começo de minha fé, eu sonhava com ser um ministro famoso, um pastor de megaigreja ou um escritor de best sellers. Através do evangelho, Deus quebrou estes sonhos bobos e foi me mostrando como não devemos buscar este tipo de sucesso, ainda que Deus possa dar isso a alguns de Seus filhos. Ao olhar ao meu redor, vi que muitos irmãos meus ainda estavam desejando as mesmas bobagens que eu no início de minha fé. Então, imaginei como poderia servi-los com meu testemunho e de outros irmãos mais vividos do que eu. Como eu possuo alguns materiais de filmagem, os quais uso para meus vlogs, imaginei que poderia fazer algo em vídeo. Olhando ao redor, escolhi quatro de meus amigos pessoais, pessoas que conheço o testemunho e que posso confiar, e os convidei para o projeto.
Como foi a produção toda do documentário?
A produção demorou um mês. A primeira filmagem começou dia 1 de outubro e a versão final do vídeo estava sendo “upada” para o YouTube dia 3 de novembro.
As filmagens começaram com os famosos, os de “sucesso”, em uma viagem para Águas de Lindóia, na Conferência Fiel para Pastores e Líderes. Devido ao pouco equipamento (um tripé, uma câmera DSRL e um gravador portátil), o trabalho acabou sendo um pouco complicado. Eu simplesmente saia andando pelo evento carregando um tripé montado, com uma câmera sobre ela, e com o gravador no bolso. Quando eu encontrava algum pastor famoso, eu os parava onde estavam, explicava o documentário e filmava, ali mesmo. Todos foram muito solícitos e atenciosos. As duas únicas filmagens que não ocorreram na Fiel foram as com Stênio Marcius, que gravei em um evento aqui em Fortaleza, e com o Augustus Nicodemus, que gravou em casa mesmo, com a ajuda de sua filha.
Já a gravação com os “fracassados” foi diferente. Ainda em São Paulo, filmei com o Eduardo Mano em um evento que ele participou. Com o Bruno Lima, filmei aqui na minha cidade mesmo, na igreja onde ele frequenta. No caso do Filipe Leitão e do João Victor, contei com a ajude de um grande amigo, Alan Cristie, que conseguiu um pessoal que emprestasse um equipamento e fez as entrevistas para mim, em Niterói e no Rio.
Depois disso, entrou a fase de edição. Eu não sou editor profissional, então deu uma trabalheira. Passei um bom tempo de frente para o computador, mas creio que o trabalho ficou bom. Sei que as falhas técnicas são muitas, mas a mensagem sobressai a tudo isso.
Como esta a recepção do documentário junto ao público?
Muito boa! O número de acessos foi muito acima do que eu esperei, de verdade. Eu estava me preparando para que este fosse um documentário fracassado (risos), mas Deus desejou levar a mensagem para muita gente. E não são só números, a quantidade de testemunhos que tenho recebido tem me humilhado diante da graça de Deus. Pastores de congregações de 10 membros, missionários na Irlanda, capelães hospitalares e muitos outros anônimos que estavam desanimados e encontraram mais forças para continuar. Deus tem sido muito bom em popularizar o projeto.
Tem ideia para outros projetos relativos?
Sim. Já estou pensando no tema do próximo trabalho, mas não posso divulgar ainda.
O documentário foi focado em mostrar algo para os que o virem, mas como ele tocou em você? Quais partes mais te marcaram?
As quatro entrevistas principais tocaram minha alma de modo especial, uma por uma. Apesar de eu já conhecer a história de todos eles, ouvi-los falando me encorajou ainda mais para continuar no ministério. Cada detalhe foi muito especial para mim, mas se eu pudesse citar qual parte mais me marcou, eu citaria a entrevista com o Bruno Lima, uma vez que servimos no mesmo ministério de missões há alguns anos.
Tem mais alguma coisa que gostaria de acrescentar?
Acho que não. Creio que seria bom deixar claro que a ideia do documentário é mostrar que devemos ser féis ao ministério, quer famosos ou anônimos, quer amados ou odiados, quer com sucesso ou fracasso. A nós, cabe sermos fiéis. O alcance está totalmente na mão de Deus. Uma igreja que não cresce pode sim estar cometendo algum erro, mas não podemos achar que toda igreja fiel vai crescer. A Bíblia nunca prometeu isto.
Grande abraço!
Ministérios Fracassados
Por Tiago Chagas, para o Gospel+