A deputada do Grupo do Partido Popular Europeu (PPE), Roberta Metsola, de Malta, foi eleita Presidente do Parlamento Europeu com 458 votos no primeiro turno. Com histórico de manifestações contra o aborto, ela já dá sinais de estar sob pressão.
Roberta superou as duas outras candidatas, Alice Kuhnke, do Partido Verde, com 101 votos, e Sira Rego, do partido A Esquerda, com 57 votos. O mandato à frente do Parlamento Europeu será durante a segunda metade da atual legislatura, que termina em 2024.
Nascida em Malta em 1979, Roberta Metsola é eurodeputada desde 2013 e detém a marca de ser a mais jovem a ocupar uma cadeira no Parlamento Europeu. A política maltesa possui longo histórico de posicionamento contra o aborto, mas após sua posse, já deu sinais de estar sob pressão:
“A minha posição sobre o aborto é a do Parlamento Europeu”, declarou, respondendo a diversas perguntas em relação à interrupção da gravidez, tema que é tratado na grande mídia sob o eufemismo dos “direitos sexuais das mulheres”.
De acordo com informações do portal Evangelical Focus, Roberta disse a repórteres que a posição da União Europeia sobre o aborto “é inequívoca”, e que sua própria posição “será a do Parlamento Europeu que agora represento”.
“Farei o que fiz como vice-presidente quando apresentei ao senado polonês uma resolução aprovada sobre a lei do aborto na Polônia. […] Apresentei como posição do parlamento [europeu]”, acrescentou Metsola.
Ela ressaltou que seus votos anteriores nessa questão “referiram-se a posições de caráter nacional”: “Não votarei mais em questões como o aborto. O Parlamento da UE sempre quis que esses direitos fossem mais bem protegidos. Essa é a posição da sala de aula, e estou comprometida com todos nesse sentido”.
Conservadora, Roberta chegou a ocupar cargo de parlamentar em Malta, país em que o aborto é ilegal em todos os casos. Seu histórico de votação contra o aborto foi um dos pontos mais atacados pro seus adversários.
Em junho passado, ela fez parte de uma minoria de deputados que votaram contra um relatório não legislativo que pedia acesso universal ao aborto seguro e legal em toda a UE, conhecido como relatório Matic.
A novo presidente explicou então que “o relatório não respeitava o direito de Malta de legislar sobre esta questão e, portanto, não podia apoiar a versão final do mesmo”.
Além disso, em 2015, em relação a outro relatório não legislativo da UE sobre igualdade entre mulheres e homens que afirmava que “as mulheres devem ter ‘acesso imediato ao aborto’”, Roberta Metsola, juntamente com os deputados malteses David Casa e Therese Comodini Cachia, emitiram uma declaração contrária:
“Apoiamos totalmente a igualdade de gênero e estamos comprometidos em alcançar esse objetivo. No entanto, permanecemos categoricamente contra o aborto. É lamentável que um relatório que analisa a situação da igualdade de gênero tenha sido sequestrado para incluir referências inaceitáveis ao aborto”, criticaram.