A cultura de morte que envolve abortos sofreu um duro golpe nos Estados Unidos, que registraram em 2017 a menor taxa de procedimentos de interrupção da gestação desde que a prática foi legalizada.
“As taxas de aborto foram reduzidas em quase todos os Estados e não há evidência ligando esse declínio às novas restrições”, disse Elizabeth Nash, gerente do Guttmacher Institute, uma entidade que apoia o assassinato de bebês não nascidos.
As informações foram divulgadas em um relatório na última quarta-feira, 18 de setembro. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o Guttmacher Institute junta dados de pesquisas em hospitais e clínicas de aborto periodicamente, assim como outras fontes.
A estimativa é que em 2017 foram realizados 862 mil abortos nos Estados Unidos, cerca de 200 mil a menos do que em 2011. Esse número representa a menor taxa de aborto a cada mil mulheres em idade reprodutiva: caiu de 16,9 em 2011 para 13,5 em 2017, a menor desde 1973, ano em que a Suprema Corte liberou a prática.
Os ativistas pró-aborto não admitem que a queda seja uma maior conscientização sobre o que se trata o procedimento, e alegam que essa redução pode ser resultado da “ampliação do uso de métodos contraceptivos de longo prazo, com implantes intrauterinos, que passaram a ser fornecidos pelos planos de saúde”, descreveu o jornal.
“Se as leis restritivas fossem o principal vetor nesse caso, deveria haver uma alta nos nascimentos”, disse Elizabeth Nash, uma das autoras do relatório, rejeitando a ideia de que as políticas de redução de verbas implementada por Donald Trump, assim como as novas leis, de estados como Carolina do Norte, Mississippi, Wyoming e Georgia, estejam influenciando a sociedade.
No entanto, mesmo nos Estados onde o número de clínicas aumentou, o número de abortos caiu. Segundo Nash, a explicação pode ser que “em alguns desses Estados que abriram novas clínicas, houve esforços simultâneos de apoio ao acesso aos cuidados de saúde, incluindo cuidados para a saúde reprodutiva e educação sexual”.
Os autores do relatório afirmaram ainda que a taxa de aborto – o número de abortos para 100 gestações que terminaram em aborto ou nascimento – foi de 18,4 em 2017, enquanto em 2011 ele foi de 21,2.
“Os pesquisadores não explicaram se essa queda refletia um aumento no número de mulheres que queriam dar à luz ou que queriam um aborto, mas não tiveram acesso a um, ou à uma cominação de ambos”, ponderou o Estadão.