Um achado arqueológico revelado recentemente pode ser mais uma indicação contundente da presença de uma igreja cristã no Monte do Templo, local sagrado para os judeus que abrigou o primeiro e o segundo templos, conforme os registros da Bíblia Sagrada.
A descoberta arqueológica se trata de dois artefatos, sendo um feito de vidro e outro de latão, cada qual pesando aproximadamente 0,6 gramas.
De acordo com um artigo publicado no instituto Israel Numismatic Research pelos pesquisadores Haim Shaham, Zachi Devira e Gabriel Barkay, as peças podem ser dois pesos, uma espécie de moeda utilizada na época do período bizantino.
O achado arqueológico é fruto de pesquisas que são realizadas no Monte do Templo desde 2004, onde vem sendo feita a mineração dos escombros e entulhos que por centenas de anos foram acumulados e descartados ao longo das gerações.
Durante os trabalhos, já foram achados outros artefatos, como “pisos sofisticados do período bizantino, que só eram usados em edifícios monumentais”, além de “pedaços de telas da capela-mor, que é um elemento da arquitetura da igreja primitiva, e muitas pedras de mosaico da era bizantina, o que significa que alguém investiu muito em pisos”, explicou Shaham, um dos autores da pesquisa.
Cristãos no Monte
O conjunto dos artefatos reforçam a hipótese de que antes do Monte do Templo ser tomado pelos muçulmanos, por volta de 638 depois de Cristo, os cristãos podem ter fincado uma igreja no local, algo que até então não foi absolutamente confirmado.
Isso porque, antes da construção da Cúpula da Rocha no local, pelos muçulmanos, a alegação foi de que o Monte estaria sendo utilizado apenas como um local de descarte de lixo. Mas, segundo Shaham, essa pode ter sido apenas uma narrativa criada pelos islâmicos, segundo o jornal Times of Israel.
“Temos todo esse material bizantino que mostra que algo estava acontecendo, mas até uma década atrás, o consenso era que durante o período bizantino o Monte do Templo estava desolado. Mas, na verdade, muita coisa aconteceu durante a era bizantina e, pelo que descobrimos, pode ser confortavelmente associado a uma igreja”, conclui a pesquisa.