A guerra na Ucrânia fez com que o pastor Rodrigo Mocellin fizesse uma interessante reflexão sobre a atuação das igrejas cristãs em contextos de crise, como o da pandemia, onde a maior parte das denominações passou a realizar o culto online, sem a presença física dos membros e transmitido geralmente pelas redes sociais.
Mocellin iniciou o seu pensamento citando uma matéria que destaca a determinação dos cristãos ucranianos, que mesmo em meio à guerra continuam fazendo cultos a Deus em locais como estações subterrâneas de metrô, a fim de se protegerem das bombas lançadas pela Rússia.
“Você acha que foi correto termos fechado as igrejas aqui no Brasil durante a pandemia?”, questionou o pastor, lamentando o fato de ter observado muitas denominações deixando de realizar as suas atividades presenciais.
“Foi muito triste, lá no começo da pandemia, ter visto muitos líderes infinitamente muito melhores do que eu, dos quais eu aprendi, por exemplo, até sobre a importância do culto… foi muito triste ver essas pessoas fechar as suas igrejas, mesmo antes que prefeitos e governadores baixassem os seus decretos inconstitucionais”, declarou Mocellin.
O próprio Mocellin disse que ele também fez uma reunião com a sua igreja local, em Guaratinguetá (SP), para decidir como agir, ficando acertado de realizar o culto online. Todavia, o pastor disse ter se arrependido da decisão, classificando a realização do culto virtual como uma “heresia”.
“Pecamos, adotamos a heresia do culto online e uma das preocupações, eu acho que até foi sincera de muitos irmãos, era ‘nós vamos contaminar outras pessoas'”, lembra. “Mas aí acabou a reunião, eu saí e fui pro mercado, e vi que tinha um monte de gente ali se arriscando pra comprar pão, leite e por aí vai”.
“E eu pensei, gente… manter a igreja fechada quer dizer que ela não é essencial. Deixar de cultuar a Deus é concordar com aquele povo que odeia a Deus [e diz que] o culto não faz diferença na vida das pessoas”, observou o pastor.
“Um mercado aberto e uma igreja fechada está passando a seguinte mensagem: ‘podemos ficar um ano sem adorar ao nosso Deus como diz a Escritura, mas não podemos ficar sem pão, como se o que nos mantivesse de pé fosse mesmo o pão”, completa Mocellin.
Por fim, o pastor acrescentou comparações do contexto atual com a história de perseguição e resistência da Igreja Cristã ao longo dos séculos, afirmando ainda que os líderes que fecharam as suas igrejas por causa da pandemia, dificilmente estariam apoiando os cultos subterrâneos que agora são realizados na Ucrânia, onde as pessoas também correm risco de vida. Assista: