O polêmico líder muçulmano que viria ao Brasil fazer uma palestra sobre a presença do terrorismo no islamiso decidiu cancelar sua viagem ao país. O anúncio de sua presença havia gerado diversas manifestações de repúdio.
O cancelamento da visita do aiatolá Mohsen Araki a São Paulo no próximo dia 29 de julho, sábado, aconteceu na esteira dos protestos, já que a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) e a secretária de Direitos Humanos do Rio de Janeiro, Teresa Bergher, se manifestaram em protesto.
Bergher, inclusive, chegou a enviar ofício aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores pedindo a proibição do iraniano em território nacional. Toda essa forte reação se deve ao fato de que Araki, anos atrás, incitou a união de diferentes grupos terroristas para que fosse a destruição de Israel fosse alcançada.
Além da palestra “Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo radical” em São Paulo, o aiatolá Mohsen Araki pregaria sermões em mesquitas e instituições patrocinadas pelo governo do Irã no Brasil, de acordo com informações da coluna Radar Online, da revista Veja.
Repúdio
A reprovação à presença do líder extremista foi tão extensa que até um religioso islâmico brasileiro, Houssam Ahmad el Boustan, assinou um manifesto contra sua presença. Além dele, o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, e o rabino Michel Schlesinger, da Confederação Israelita do Brasil, assinaram o documento.
No manifesto, os três líderes religiosos salientam que “no Brasil, pessoas de diferentes religiões dialogam, convivem, celebram contratos, fazem comércio, estudam e vêem seus filhos e filhas crescerem juntos em harmonia”, e que a defesa desse relacionamento pacífico os obriga a se manifestarem “contra qualquer discurso destinado a propagar o ódio entre nossas comunidades”.