O jornalista Alexandre Garcia comentou a confirmação do presidente Jair Bolsonaro sobre o nome a ser indicado para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello: o pastor André Mendonça, atual advogado-geral da União.
“André Mendonça tem 48 anos, é santista, e sendo aceito pelo Senado, fica lá [no STF] 27 anos, se não for alterada a idade limite, que hoje é de 75 e estão tentando baixar para 70. Eu até acho que o melhor seria um mandato de 10 anos para ir renovando, porque o Direito também se renova”, comentou o jornalista em seu canal independente no YouTube.
Há décadas cobrindo os bastidores de Brasília, o jornalista – que já passou por veículos como o Jornal do Brasil, TV Manchete e TV Globo – elogiou o currículo do possível futuro ministro: “Formado em Direito, com doutorado na Universidade de Salamanca, famosa. Do trabalho dele, de lá, ele me deu um livro autografado, certa vez. Ele é pastor presbiteriano, também, e talvez seja esse o ‘terrivelmente evangélico’ de que falou o presidente”.
“Ele já havia servido antes, na AGU, quando [José Antonio] Dias Toffoli era o ministro-chefe da Advocacia Geral da União. Agora, ele vai ser sabatinado no Senado, depois de formalizada a indicação, e submetido ao voto dos senadores”, acrescentou Alexandre Garcia.
‘Tubaína’
O jornal O Globo também repercutiu a confirmação de Bolsonaro sobre o nome do pastor durante uma reunião ministerial realizada na manhã de ontem, 06 de julho, no Palácio da Alvorada.
O periódico deu ênfase a um segundo critério que Bolsonaro expressou apenas algumas vezes: indicaria para o STF um jurista com quem ele pudesse “tomar cerveja” enquanto discutisse os temas ligados ao país. Na ocasião, o nome escolhido foi o do ministro Kassio Nunes Marques.
À época, o presidente acrescentou que o próximo escolhido seria alguém com quem pudesse “tomar tubaína”, em referência ao compromisso proposto por ele próprio de indicar um jurista evangélico.
Curiosamente, André Mendonça, apesar de pastor presbiteriano, costuma dizer que bebe cerveja. O consumo de bebida alcoólica de maneira moderada é algo considerado comum entre cristãos que seguem a doutrina reformada, enquanto no meio pentecostal esse hábito é visto de maneira negativa.
A indicação formal deverá ocorrer após o dia 12 de julho, quando Marco Aurélio Mello será aposentado compulsoriamente. O próprio decano do Supremo declarou sua torcida pela indicação de Mendonça, que agora tem pouco mais de uma semana para conquistar ao menos 41 votos no Senado favoráveis a seu nome.