Na semana em que se lembra o 50º aniversário do golpe que resultou na ditadura militar, a Aliança Batista do Brasil (ABB) emitiu nota pública pedindo perdão pela postura conivente, omissa e colaborativa com o regime instaurado pelas Forças Armadas e que resultaram no cerceamento das liberdades individuais por 21 anos.
De acordo com o documento, a ABB considera a postura de muitas igrejas e lideranças à época como um “erro lamentável”, e afirma que se calar a respeito desse capítulo seria um equívoco “ainda mais pecaminoso e vergonhoso”.
“Por ação e omissão pecamos contra os princípios de amor, liberdade e justiça que são as marcas do Evangelho de Jesus Cristo, e por isso pedimos perdão”, sintetiza a nota.
No entanto, a ABB pondera que lideranças e igrejas batistas resistiram ao regime, entre os anos de 1963 e 1985, quando a democracia foi restabelecida, e cita como exemplo a Igreja Batista Nazareth, de Salvador (BA), que se manteve firme “erguendo sua voz de denúncia profética durante o período da ditadura”, e também os pastores Djalma Torres e David Malta.
O encerramento da nota da ABB diz que o gesto pretende honrar “todas as demais lideranças batistas que não se calaram e enfrentaram corajosamente o regime que atentou contra as liberdades fundamentais do ser humano e do povo brasileiro”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+