O presidente da Venezuela Nicolás Maduro é acusado pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) de pretender instalar o totalitarismo no país, enfraquecendo a democracia com perseguições a adversários políticos.
Em sua declaração, o presidente da CEV, monsenhor Diego Padrón, disse que a origem dos protestos sociais na Venezuela é “a pretensão do partido oficial e das autoridades da República de implantar o chamado plano da pátria, por trás do qual se esconde a imposição de um governo totalitário”, disse o líder religioso, fazendo referência ao projeto do falecido presidente Hugo Chávez.
A Venezuela atravessa uma crise social motivada pela falta de segurança, baixo desempenho da economia, inflação de 57% ao ano, falta de alimentos, repressão política e prisão de opositores, de acordo com informações do jornal O Globo. “O que está acontecendo na Venezuela é extremamente grave tanto por sua magnitude quanto por sua duração, violência e consequências desastrosas para o nosso presente e futuro”, disse Padrón.
Para o religioso, o governo Maduro quer instalar a “criminalização do protesto público”, e isso seria uma violação dos Direitos Humanos: “Denunciamos a abusiva e excessiva repressão contra os manifestantes, a tortura a que foram submetidos muitos dos detidos e a perseguição judicial aos prefeitos e deputados contrários ao governismo. O governo se equivoca ao querer resolver a crise pela força, a repressão não é o caminho”, alertou.
Desde o início dos protestos em fevereiro, 39 manifestantes foram mortos, 550 feridos, e outros 150 foram presos, incluindo Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, principal opositor ao governo.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+