Cinco americanos foram confrontados pelo vocalista e fundador da banda Bangalafumenga, Rodrigo Maranhão, durante o desfile de um bloco onde o conjunto se apresentou no último sábado (2), no Aterro do Flamengo.
Na ocasião, pai, mãe e três filhos carregavam consigo placas com referências a Jesus Cristo, durante a passagem do Bola Preta, quando Maranhão usou o microfone para se dirigir ao pequeno grupo de evangelistas.
“Peço, por favor, que vocês nos respeitem. A gente não invade a igreja de ninguém. Estamos espalhando alegria aqui para todo mundo, queremos curtir nosso Carnaval e nada além disso”, disse ele, segundo informações do Extra.
Chamou atenção o fato, primeiramente, porque não houve manifestação do público contra os norte-americanos.
Em segundo, porque os evangelistas estavam em número muito pequeno (apenas 5 pessoas), segundo porque eles não portavam mensagens ofensivas de qualquer natureza, e terceiro porque estava em espaço público, assim como os demais.
“Busque a Jesus, não a uma Igreja”, dizia uma das placas, todas de conteúdo abrangente. “Atrás de uma cara feliz, escondemos um coração triste”, carregava outra.
Um dos integrantes do grupo, Abraão Woroniecki, de 36 anos, lembrou que a intenção da sua família não foi ofender ninguém, mas tão somente expressar a fé em Cristo de modo pacífico.
“Queremos fazer tudo com respeito ao outro, nosso objetivo não foi desrespeitar o vocalista. Eu acho que ele se sentiu ofendido pessoalmente, não entendeu nosso recado que todos estão tristes por dentro”, disse ele.
A reação de Rodrigo Maranhão foi tão desproporcional que até mesmo alguns foliões do bloco agiram em favor dos evangelistas, pedindo para que eles não se retirassem completamente do local.
“O público nos pediu para ficar depois do que aconteceu”, disse Woroniecki. “Eles entenderam que estão tentando escapar da dor, depressão e da solidão através da cerveja, música e do carnaval”.
A irmã do evangelista, Ruth Woroniecki, também disse que não houve desrespeito do público, destacando o caráter comum da condição humana e o reconhecimento que muitos fazem da mensagem cristã de misericórdia e perdão.
“Na maioria dos casos eles nos respeitam. Temos a mesma coisa, somos todos iguais. Temos pecado no nosso sangue. Por isso essa mensagem, para que eles reconheçam que podem percorrer ao nosso lado”, disse ela, segundo O Globo.