O ativismo LGBT já percebeu, nos Estados Unidos, que está perdendo o apoio da população em geral. E as causas disso seriam o extremismo na imposição de sua visão de sociedade, as ações judiciais contra quem não pensa igual ou até mesmo o desejo, expressado de forma implícita, de pôr fim ao conservadorismo.
Diante disso, o diretor de estudos globais de formação de família no instituto Focus on the Family, filósofo e escritor cristão Glenn Stanton produziu um artigo para o Public Discourse, traduzido para o português pelo portal Gazeta do Povo, em que afirma de maneira contundente que a sociedade “está farta do ativismo LGBT”.
Um relatório publicado pela GLAAD, uma das principais entidades nos Estados Unidos que atua na militância LGBT, revelou que o apoio popular às suas causas está em queda. “A pesquisa deste ano mostra um declínio na aceitação das pessoas em relação às atitudes dos LGBTQ”, diz o relatório da entidade militante.
Para Stanton, “os números apresentados sinalizam uma adesão menos apaixonada a comportamentos sexuais alternativos e diferentes identidades de gênero em comparação com os resultados de pesquisas similares nos últimos anos”, e por isso, muitos ativistas estão demonstrando preocupação.
Culpa do Trump?
A grande mídia dos Estados Unidos tem dado voz aos ativistas LGBT para culparem Trump por todo infortúnio que lhes ocorre. No entanto, Glenn Stanton propõe uma reflexão imprescindível na compreensão do cenário: “É o presidente Trump e a suposta atmosfera de ‘intolerância’ que ele trouxe para os Estados Unidos. Mas será isso mesmo?”.
“Pensemos nisso por um momento. Se Trump e seus seguidores realmente pensam que as pessoas gays e lésbicas não pertencem à sociedade educada, eles seriam capazes de mudar a opinião daqueles que apoiaram as posições da GLAAD nos últimos anos? O presidente Trump realmente conseguiu convencer esses antigos apoiadores das causas LGBT de uma vez por todas, mostrando que a adesão a essas bandeiras estava errada? Isso não parece provável. Algo mais deve estar interferindo nesses resultados”, pontua o escritor.
“Não seriam, talvez, as atitudes LGBT após a aprovação do casamento gay nos Estados Unidos que não caíram bem para a opinião pública americana? Esta não é uma hipótese estranha. Mesmo alguns grandes líderes da comunidade LGBT sugeriram isso”, questiona.
Glenn Stanton recapitula um artigo de Andrew Sullivan na revista New York, em que o articulista comenta o relatório da GLAAD e observa que ninguém “parece notar a mudança profunda no tom e na substância do ativismo pela igualdade gay nos últimos anos e a radicalização da ideologia e da retórica do movimento”, e pontua que esta atitude agressiva “certamente está tendo um impacto” na forma como a sociedade reage.
“Esses cidadãos estão aprendendo, por meio de eventos do dia a dia, que o casamento gay realmente os afeta – ou, pelo menos, afeta pessoas muito próximas a eles. Um grande número de americanos concorda que eles não têm que gostar do casamento gay. Mas, os americanos devem concordar com todas e quaisquer exigências dos poderes LGBT, independentemente de suas crenças religiosas ou morais pessoais”, ironizou o escritor.
“Deixem Trump fora disso. É por todos esses relatos que a GLAAD descobriu que as atitudes em relação à comunidade LGBT estão esfriando. E esse resultado não é ruim. Talvez, com ele, GLAAD e seus aliados aprendam a praticar o que pregam: a tolerância das crenças e práticas de outras pessoas, mesmo que eles não as compreendam completamente”, finalizou.