Em alguns casos, o ser humano fica tão mergulhando em seus afazeres que muitos não se dão conta da necessidade de ter uma vida com Deus. No caso da aeromoça Kelly Duncan Moore, foi preciso que ela sofresse um grave acidente de avião e cair em águas congelantes para despertar para essa realidade.
Kelly trabalhava na Air Florida como comissária de bordo, quando o acidente aéreo aconteceu. Seria mais um voo comum, se o avião transportando 78 passageiros, fora os tripulantes, saindo do aeroporto nacional de Washington, EUA, não tivesse tido uma pane logo na decolagem.
“Eu me sentei no banco traseiro, me amarrei e começamos a descer a pista. Imediatamente após deixar o solo, a aeronave começou a tremer muito. A última coisa que vi foi um passageiro no último assento, ele se virou para mim e parecia muito preocupado e eu meio que dei de ombros”, disse Kelly ao recordar o acidente.
“E então no minuto seguinte eu estava em uma situação diferente – eu não sabia o que tinha acontecido”, contou a mulher. O avião não conseguiu decolar e acabou se chocando com a ponte do rio Potomac, caindo nas águas geladas logo em seguida.
Por um instante de milagre, Kelly conseguiu se desvencilhar dos destroços e emergir para a superfície, onde ficou agarrada em uma parte da aeronave, boiando. Apenas ela e mais quatro passageiros conseguiram sobreviver ao acidente.
“Eu sentia que estava muito confusa, como o que no mundo acabou de acontecer? E com o passar do tempo, comecei a pensar: ‘Vou morrer’. Foi aí que comecei a pensar: ‘Acho que este é o dia em que vou morrer.'”, disse ela.
“E lembro-me de sentir que Deus estava observando, e isso me assustou porque pensei: ‘Por que Ele deveria me ajudar?’ Eu não sabia nada sobre Deus, mas sabia que a maneira como eu estava vivendo não poderia ser considerada uma vida divina”, destacou.
Vida com Deus
Kelly então foi resgatada e levada para um hospital. No local, ela disse que nem conseguia agradecer a Deus, porque não sabia orar. A comissária de bordo, contudo, estava tendo uma noção do que significa graça imerecida e propósito divino.
“Lembro que foi a primeira vez que realmente comecei a orar, mas minhas palavras eram apenas: ‘Sinto muito por não saber orar’, porque pensei, sei que Deus me ouve. E continuei dizendo: ‘Sinto muito, Deus, eu não sei como orar. Eu não sei orar.’”, disse ela.
Kelly entregou a sua vida a Jesus ainda no hospital, com a ajuda de uma profissional de saúde que foi ao seu encontro. O acidente de avião sofrido pela comissária ocorreu em janeiro de 1982, e o caso ficou conhecido como a tragédia do voo 90.
Durante todo esse tempo, Kelly manteve a sua fé em Deus e até hoje ela faz questão de testemunhar de que nenhum ser humano deve viver distante do Senhor. “Deus me deu a chance de ser resgatada, não apenas de um acidente de avião, mas de ser resgatada para uma eternidade que eu jamais poderia ter mudado”, conclui, segundo a CBN News.