Arqueólogos dizem que uma segunda sinagoga datada do período do Segundo Templo foi descoberta no que se acredita ter sido o local de nascimento de Maria Madalena. Os pesquisadores afirmam ainda que as informações obtidas estão “mudando nossa compreensão da vida judaica neste período”.
Ao escavar a cidade galileia de Magdala, hoje conhecida como Migdal, os arqueólogos dizem que encontraram os restos de uma segunda sinagoga que remonta ao período do Segundo Templo – que na história foi um período que se acredita ter durado entre 515 ou 516 a. C. até 70 d. C.
“Esta é a segunda sinagoga do período romano que foi descoberta na aldeia – e o primeiro caso da existência de duas sinagogas em qualquer localidade desde o período do Segundo Templo, um período em que o Templo em Jerusalém ainda estava de pé”, compartilhou a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) em sua página no Facebook.
O professor Adi Erlich, que chefia o Instituto Zinman de Arqueologia da Universidade de Haifa, e Dina Avshalom-Gorni, que dirige a escavação do local pela mesma universidade, acreditam que a descoberta “lança luz sobre o aspecto social e religioso vida dos judeus na Galileia durante este período”.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta “indica a necessidade de um edifício especial para estudar e ler a Torá e reuniões sociais”.
A primeira sinagoga em Migdal foi descoberta em 2009 por meio de uma escavação que encontrou banhos rituais, ruas, um mercado e instalações industriais na antiga vila.
A segunda sinagoga foi descoberta por sondas conduzidas por Barak Tzin, funcionário da Autoridade de Antiguidades de Israel, e fica a menos de 200 metros da primeira sinagoga.
A declaração do IAA afirma que a descoberta da segunda sinagoga está “mudando nossa compreensão da vida judaica neste período”, de tão impactantes que são essas informações.
“Podemos imaginar Maria Madalena e sua família vindo à sinagoga aqui, junto com outros residentes de Migdal, para participar de eventos religiosos e comunitários”, disse o codiretor da escavação Avshalom-Gorni ao jornal israelense Haaretz.
A descoberta foi feita em meio a um plano para construir uma nova infraestrutura na cidade de Migdal. Mas enquanto as áreas estavam sendo escavadas – uma prática típica antes de qualquer obra de grande porte em Israel, – a segunda sinagoga foi descoberta pelo IAA, a empreiteira YG Contratual e a Universidade de Haifa.
Avshalom-Gorni disse ao jornal que a primeira sinagoga tinha um piso de mosaico decorativo e a segunda um piso compactado, rebocado e de barro.
A segunda sinagoga é considerada menor e não tão ornamentada quanto a primeira, que ficava em uma área industrial, enquanto a segunda estava localizada em uma rua residencial, o que sugere que foram construídas “dentro da estrutura social do assentamento”, disse Avshalom-Gorni a outro jornal, o The Times of Israel.
O edifício da segunda sinagoga consistia no salão principal e duas salas laterais. Um banco de pedra também foi recuperado. Os arqueólogos encontraram bases para dois dos seis pilares do edifício que sustentavam o telhado.
As paredes da sinagoga eram coloridas e cobertas de gesso. Os arqueólogos acreditam que uma sala no extremo sul do corredor principal com uma prateleira pode conter pergaminhos, de acordo com informações do portal The Christian Post.