O baixista da banda de rock cristão Oficina G3, uma das mais respeitadas do gênero dentro e fora do Brasil, está processando o pastor Anderson Silva, líder da Igreja Vivo por Ti, em Brasília, após ter sido criticado pelo líder religioso devido à sua participação no show da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro desse ano.
Ao saber da presença de Duca Tambasco no show da posse de Lula, lado a outros nomes da música gospel como Kleber Lucas e Leonardo Gonçalves, Anderson Silva usou seus perfis nas redes sociais para criticar o baixista e também a banda Oficina G3.
“O sujeito da foto Duca Tambasco, é o baixista da banda gospel Oficina G3. É dever de toda liderança evangélica séria e bíblica não permitir que tal sujeito nem mesmo a banda Oficina G3 se apresentem nas igrejas que pastoreamos”, afirmou Anderson na época.
Outros membros do Oficina G3, como o vocalista Pedro Geraldo Mazarão, mais conhecido como “PG”, possuem posições políticas contrárias a de Duca Tambasco, e a própria banda, em si, nunca manifestou posicionamentos políticos publicamente.
Mas para Anderson Silva, “se a banda não concorda com os valores amorais da esquerda, deveriam emitir uma nota para a igreja brasileira”, motivo pelo qual também deveria ser boicotada pelas igrejas.
Processo
Ao comentar o processo que recebeu de Duca Tambasco, onde o baixista pede uma indenização de R$ 50 mil por danos morais, o pastor disse que independentemente do valor, não abriria mão do seu posicionamento.
“Vocês podem pedir cinquenta milhões, nenhum valor será maior que a honra de proteger a Igreja de Jesus contra homens como vocês, traidores da sã doutrina, traidores de Jesus, traidores da Igreja, traidores de sangue inocente!”, reiterou Anderson Silva.
O baixista, por sua vez, acusou o líder religioso de extrapolar a esfera da liberdade religiosa, destilando contra ele discurso de “ódio” e fazendo julgamentos falsos a respeito dos seus valores morais.
“O suposto pastor nessa primeira postagem de maneira clara convoca um boicote às apresentações da banda Oficina G3, e contra o autor o chamando ainda de ‘abutre’ ‘traidor'”, diz trecho do processo, segundo divulgação do próprio pastor Anderson.
“O réu utilizando de sua rede social ao se referir ao Autor nessa publicação discorre que ‘sobre as crenças malignas ideológicas do seu baixista’. O réu tratou a participação do demandante no show de posse como um ato maligno e pressupôs que suas ideologias também eram malignas. Trata-se de uma afirmação forte para alguém que se apresenta como líder espiritual”, ressalta o documento. Veja também:
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