O senador Flávio Dino poderá até ser efetivado como novo ministro do Supremo Tribunal Federal, o STF, mas se depender da bancada evangélica no Congresso, essa tarefa não será fácil. É o que membros do grupo prometem ao articular contra a sua indicação.
Parlamentares influentes no Congresso não escondem o descontentamento com a indicação de Lula, fazendo questão de criticar abertamente o atual ministro da Justiça devido ao seu alinhamento ideológico com o Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, do qual é filiado.
“Dino é um embusteiro, comunista enganador, mas eu não me engano jamais! Jamais convencerá os evangélicos. É debochado e vai colher os deboches dele agora”, disparou o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
O atual presidente do grupo no Senado, onde Dino será sabatinado, fez coro aos colegas, criticando uma foto publicada pelo ministro da Justiça, onde ele aparece segurando uma Bíblia ao lado do Cardeal Dom Paulo Cezar Costa.
“Além de carregar a Bíblia, Flávio Dino deveria ler a Bíblia. Assim, deixaria de ser comunista”, comentou Carlos Viana (Podemos-MG), segundo O Globo. Tanto na Câmara quanto no Senado, a pressão para que o indicado por Lula ao STF não assuma a vaga é grande.
Para o próximo dia 10, por exemplo, está marcada uma manifestação que deverá ocorrer nas ruas de Brasília, com o apoio de deputados e senadores da oposição. O objetivo é demonstrar aos senadores que a população, supostamente a maioria, rejeita a indicação de Dino ao STF.
Contradição?
Na campanha contra o indicado de Lula, até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro resolveu se posicionar abertamente, argumentando que o viés comunista de Dino não é compatível com os princípios cristãos que ele diz professar.
“Ontem (Dino) me posta uma foto com uma palavra de Deus, uma foto com a bíblia. Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos, porque o comunismo é o que mais perseguiu os cristãos”, comentou a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para ser efetivado como novo ministro do STF, Flávio Dino precisa obter 41 votos favoráveis no Senado, dos 81 possíveis. A avaliação do governo é de que já existe número suficiente para isso. A sua sabatina está marcada para ocorrer entre os dias 13 e 15. Veja também:
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