A atuação da bancada evangélica no Congresso Nacional não é unanimidade entre os líderes evangélicos do país. A postura política dos parlamentares e a conduta pessoal suscitam controvérsias entre parte dos pastores que dirigem as igrejas Brasil afora.
A revista Carta Capital publicou um vídeo com entrevistas pastores de diversas denominações, com críticas aos deputados e senadores. “Eu penso que tem muita gente nessa bancada que está vendo livro grosso e estão confundindo com a Bíblia. Ela não diz isso. As prioridades da Bíblia e de Jesus são outras. Eles estão confundindo a Bíblia com Game of Thrones, Jesus com Darth Vader”, comentou o pastor Carlos Bezerra Jr., líder da Comunidade da Graça e deputado estadual pelo PSDB em São Paulo.
De acordo com o pastor e deputado, “as prioridades de Jesus são outras”, e estão voltadas para os pequeninos a que a Bíblia se refere: “A ótica de Jesus é a do pacificador, é a ótica do sermão do monte, a ótica de Jesus é a da proteção prioritária para o adolescente, para a criança, para a viúva, para o despossuído, para o imigrante, para o deficiente, enfim, para o excluído”, pontuou.
O pastor Levi Correa Araújo, da Igreja Batista da Água Branca (IBAB) em São Paulo, destacou que o momento é de marcar posição para que a sociedade possa compreender que a postura dos parlamentares não é unânime na comunidade evangélica.
“De repente se juntam, formam uma tal de uma bancada da Bíblia, que junto com a bancada da bala, e a bancada do boi e da jaula formam a frente mais horrorosa que esse país já teve, e o pior: com batuta de camarada que se diz evangélico. Então, diante disso, a gente não pode ficar quieto, a gente tem que se posicionar”, comentou Araújo.
Sobre a redução da maioridade penal, Tércio de Oliveira, membro da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS), afirmou que antes é preciso cumprir a lei atual, que prevê a recuperação do menor infrator: “A gente tem que pensar em efetivar as medidas socioeducativas”, destacou.
Ester Leite Lisboa, da Igreja Anglicana, seguiu pela mesma ótica: “Reduzir a maioridade penal é, antes de mais nada, assumir que ‘eu não estou fazendo a minha parte para com este jovem. Eu não estou contribuindo para a vida desse jovem. Eu não estou olhando como está sendo a educação desse jovem, a relação dele com a sociedade, com a família, com as comunidades religiosas’”.
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