A reunião organizada pela campanha de Fernando Haddad (PT) para divulgar uma “carta aos evangélicos” comprometendo-se com temas conservadores foi alardeada pela grande mídia como sendo um encontro do candidato com representantes de igrejas evangélicas. Agora, as denominações citadas vêm a público desmentir o suposto apoio ao ex-prefeito.
O encontro com alguns pastores e membros das igrejas Batista, Presbiteriana, Metodista e Assembleia de Deus foi realizado na última quarta-feira, 17 de outubro, com presença dos pastores Ariovaldo Ramos, líder da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito e Ed René Kivitz, além da deputada federal Benedita da Silva (PT).
Em reação à compreensão de que essas denominações estavam apoiando a candidatura de Haddad, as principais lideranças das igrejas vieram a público para esclarecer que não se associaram ao candidato petista nas eleições presidenciais.
A Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) usou as redes sociais para emitir uma nota esclarecendo que não enviou representantes para o encontro: “Os pastores batistas presentes no encontro, sejam como expositores, sejam os que foram citados, também não falam em nome da CBESP”, enfatizou a nota, que salientou que “dentro do histórico e centenário modo batista de pensar, acreditamos que cada pessoa tem o direito de exercer sua escolha e voto conforme a sua consciência”.
O reverendo presbiteriano Augustus Nicodemus usou as redes sociais para esclarecer que a denominação da qual faz parte também não se associou a Haddad: “A presença de pastores presbiterianos num evento não representa a IPB. A nossa denominação se faz representar somente por seu presidente, Rev. Roberto Brasileiro, que não estava no evento. E mesmo assim, ele precisaria ter a autorização do Supremo Concílio da IPB para manifestar o apoio da IPB a este ou aquele candidato. Portanto, a IPB não estava lá e nem manifestou seu apoio ao citado presidenciável”, informou.
A Igreja Metodista divulgou um documento esclarecendo que “não apoia nenhum candidato ou candidata de maneira específica”, e acrescentou que se, eventualmente, houvesse uma manifestação nesse sentido, “seria contrário à orientação dada pelo Colégio Episcopal sobre as eleições”.
“Desta forma, seus signatários o assinam na qualidade de cidadãos, mas não em nome da instituição, pois seus autores não podem falar em nome da Igreja Metodista. Esperamos que os pastores e pastoras também não se utilizem de sua função para induzir o rebanho a voto ou a posicionamento contra ou a favor de ninguém. Orientem suas ovelhas com sobriedade e espírito cristão. Neste tempo de debates intensos e muita controvérsia, também é parte de nossa tarefa a luta intensa pela manutenção da unidade da Igreja e do respeito cristão aos espaços da democracia”, acrescentou o comunicado metodista.
Já a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) se posicionou de maneira mais objetiva, como tem sido comum entre os pastores da denominação. O presidente da entidade, pastor José Wellington Júnior, divulgou um vídeo manifestando seu apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).
“Optamos por apoiar ao candidato Jair Bolsonaro, não só por seu perfil conservador, mas acima de tudo pelo respeito que o mesmo demonstra para com a família e a Igreja, sendo contra a ideologia de gênero, legalização das drogas, aborto e tantos outros itens que vem contra o que nos ensina a palavra de Deus”, justificou o líder pentecostal.