Segundo a nossa lógica comum, quanto maior é a perseguição contra algo, mais rápido esse algo desaparece ou perde suas forças. Todavia, quando se trata do cristianismo, essa lógica é completamente inversa. É isso o que a história da igreja cristã nos mostra, assim como os relatos da organização missionária iraniana, Heart4Iran Ministries.
Mike Ansari, presidente da Heart4Iran Ministries, uma organização dedicada a auxiliar os cristãos na República Islâmica do Irã, e a evangelizar os povos muçulmanos, explicou ao portal The Christian Post como a igreja cristã tem crescido no seu país, apesar das perseguições.
“A perseguição às minorias tem sido uma constante sob o atual regime islâmico no Irã. Os convertidos iranianos ao cristianismo foram presos e perseguidos como hereges”, disse ele.
No entanto, Ansari explica que isso é fruto do “crescimento histórico e orgânico do cristianismo dentro do Irã, evidenciado por um dos movimentos de igreja clandestina que mais crescem no mundo”.
O Governo iraniano em muitos casos alega que os cristãos são responsáveis por “espalhar propaganda contra o regime”, decretando a prisão deles como forma de conter o avanço do cristianismo, como ocorreu com o pastor Yousef Nadarkhani, condenado a 10 anos de prisão em maio desse ano.
“No entanto, com o crescimento da igreja vem a perseguição. Muçulmanos iranianos que se tornam cristãos enfrentam prisões e detenções arbitrárias. A maioria dos indivíduos presos é coagida a divulgar informações sobre suas atividades domésticas e de seus amigos, sob ameaça de perseguição criminal, ou prisão de familiares”, explica Ansari.
A repressão é tão forte que até ligações telefônicas e o uso da internet são monitorados, quando se trata de pessoas que o Governo islâmico julga ameaçar o regime. “Detenções prolongadas sem acusação formal, julgamento ou sentença são comuns”, acrescenta Ansari.
“O governo analisa ativamente as comunicações digitais, monitora as conversas telefônicas e realiza ataques a pessoas de interesse. No entanto, Heart4Iran processa cerca de 700 contatos diários com os iranianos perguntando sobre Jesus”, relata o missionário.