Uma visita inesperada feita pelo presidente Jair Bolsonaro a uma congregação da Assembleia de Deus no Distrito Federal durante um culto do círculo de oração marcou o último domingo, 11 de abril, como um gesto de apreço pela liberdade religiosa, mas também por conta de uma mensagem entregue ao mandatário por uma das irmãs que estavam presentes.
Bolsonaro protagonizou uma cena inédita na República: um presidente em exercício do mandato parou sua comitiva em frente a uma igreja, entrou no templo e participou da celebração do círculo de oração.
Ele passava pelo local por conta de uma visita feita a um dos bairros mais humildes do Distrito Federal, para conferir a situação de dificuldade financeira enfrentada pelas pessoas por conta da pandemia.
Vídeos circularam pelas redes sociais mostrando que o presidente agradeceu a receptividade e foi alertado sobre um livramento divino dado por Deus a ele em face das adversidades políticas.
Um dos pontos solicitados por autoridades sanitárias, o uso de máscara e o distanciamento social no interior dos templos, estava sendo observado pelos participantes do círculo de oração.
“A política do ‘fecha tudo, fica em casa’… Os mais pobres estão ficando cada vez mais desesperados, nada têm para comer. O efeito colateral desse tipo de combate ao vírus tem sido, realmente, devastador”, comentou Bolsonaro ao receber uma oportunidade para falar aos fiéis.
Venezuela
Na visita ao bairro Morro da Cruz, em São Sebastião (DF), o presidente entrou na casa onde venezuelanas estão abrigadas, e reiterou que “o Brasil não vai virar uma Venezuela”, acrescentando que as Forças Armadas estão no lado do povo brasileiro.
“Nós amamos os venezuelanos, são tratados da melhor forma possível. Você quer que a sua família um dia saia do Brasil e vá para outro país para fugir de um regime autoritário? Vocês estão tendo uma experiência do que é ditadura com essa política do ‘fica em casa’, ‘toque de recolher’, ‘não pode ir à praia’, não pode fazer mais nada. Não é para salvar você. É uma política para sufocar a economia e acabar com o Brasil de vez”, completou Bolsonaro.
Aos seus opositores, que frequentemente o chamam de “ditador”, disse que eles fazem parte do grupo ideológico que apóia o regime de Nicolas Maduro: “Não teve um momento que eu fugisse das quatro linhas da Constituição. Os que me acusam fogem. Vocês vêm da Venezuela para cá, mas ninguém vai do Brasil para a Venezuela”, concluiu.