O comprometimento com o combate à ideologia de gênero assumido em campanha vem sendo mantido durante o governo até aqui. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reiterou que se opõe a essa influência e cravou: “É coisa do capeta”.
Bolsonaro afirmou neste sábado, 10 de agosto, durante a Marcha para Jesus de Brasília e disse que irá respeitar a “inocência das crianças”, e ressaltou esperar que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que também estava presente, tenha a mesma postura.
“Um presidente que está honrando o que prometeu durante a campanha. Um presidente que acredita e valoriza a família. Um presidente, a exemplo do governador daqui também, [que] vai respeitar a inocência das crianças. Não existe essa conversinha de ideologia de gênero. Isso é coisa do capeta. Tenho certeza de que o governador não vai admitir isso no ensino do Distrito Federal”, afirmou Bolsonaro.
Organizada pelo Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (COPEV/DF), a Marcha para Jesus contou com a presença do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (PRB-SP), que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, além do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
O presidente Bolsonaro novamente frisou que a maioria da população brasileira é cristã, e que a laicidade não significa que há uma mordaça sobre as religiões: “O Estado é laico, mas eu, Johnny Bravo [personagem de desenho animado], sou cristão. Aqui nesse pátio nós somos cristãos. Respeitamos todas as religiões e até quem não tenha religião, mas a grande maioria do povo brasileiro é cristã”, declarou.
Essa afirmação precedeu uma declaração sobre a lógica da atuação do governo. Bolsonaro disse não ter preconceito com minorias, mas disse que as leis devem proteger as maiorias e não podem ferir os “princípios” da população.
“Não discriminamos ninguém. Não temos preconceito. E deixo bem claro, as leis existem para proteger as maiorias. É a única maneira que temos para viver em harmonia. O que minora faz, por livre e espontânea vontade, sem prejudicar a maioria, vai ser feliz. Nós não podemos admitir leis que nos tolham, que firam os nossos princípios”, declarou.
Concluindo o raciocínio, o presidente pontuou que não está em rota de colisão com os demais poderes da República: “Não estamos desafiando nenhuma instituição, mas não aceitaremos qualquer pressão para manter nichos do que quer que seja em causa própria. Ou a gente bota pra fora tudo isso agora, ou estaremos condenamos a viver no obscurantismo”.
Ao final do discurso, manifestou seu apreço pela parceria com os evangélicos do país: “Estou aqui e não é época de campanha. Estou aqui de livre e espontânea vontade, com o coração batendo igualzinho o de vocês”, garantiu, de acordo com informações do jornal O Globo.