O candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) debochou do jejum e oração conclamado pela primeira-dama para que Deus abençoe o processo eleitoral no próximo domingo, 02 de outubro, e intervenha impedindo que criminosos possam fraudar as urnas.
Boulos, um dos mais radicais políticos de esquerda do país, usou o Twitter para tripudiar da manifestação de fé da primeira-dama Michelle Bolsonaro e espalhar a narrativa de que há dezenas de milhões de pessoas passando fome no país:
“Michelle Bolsonaro propôs hoje um “jejum pelo Brasil”. Para 33 milhões de pessoas, o marido dela se antecipou”, escreveu o político, que depois de tentativas fracassadas em candidaturas ao governo do estado de São Paulo e da prefeitura da capital paulista, decidiu tentar uma vaga como deputado federal.
Nas últimas eleições, Boulos tentou se aproximar dos evangélicos como forma de conquistar votos para derrotar o então candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB): “Há pessoas que querem falar em nome do conjunto dos evangélicos. Essas pessoas que só pregam intolerância não falam em nome de todos. Ninguém é dono de uma religião, ninguém é dono de uma fé”, disse, na ocasião.
Os gestos do líder do MTST, no entanto, não soaram bem junto à comunidade evangélica paulistana, que terminou apoiando, em sua maioria, o prefeito Covas.
O jejum
A convocação de Michelle Bolsonaro para o jejum se embasou no texto de II Crônicas 7:14: “‘Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra’. Vamos levantar um clamor pelo Brasil nesta quinta-feira, dia 29 de setembro, de meia-noite ao meio-dia, vamos jejuar em favor de nossa nação”, dizia o locutor do texto no vídeo publicado pela primeira-dama.
Ao mesmo tempo, milhares de igrejas em todo o Brasil concluem amanhã uma campanha de jejum, oração e vigílias iniciada em 14 de agosto por diferentes igrejas de todo o país. A programação foi organizada para que as diferentes congregações orassem em escalas, de modo que o povo evangélico envolvido estivesse clamando 24 horas por dia ao longo do período pré-eleitoral.