O Brasil é um país religiosamente diverso, mas tem se tornado cada vez mais evangélico. Grande parte disso é devido ao número de igrejas que são abertas no país diariamente.
Segundo dados da Receita Federal, apenas nos últimos sete anos, entre 2010 e 2017, 25 igrejas foram abertas no Brasil, e isso por dia, atingindo um total de 67.951 novos registros.
O estado que sai na frente é o Paraná, que possui a média de uma igreja aberta por dia, segundo um levantamento feito pelo jornal Bem Paraná. Só em 2017 houve 366 registros de igrejas no Estado. Isto sem contar com o número de instituições sem registro.
Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de evangélicos no Brasil cresceu 61,45% em 10 anos. De 26,2 milhões no ano 2000, passaram para 42,3 milhões em 2010. A expectativa é que esse número apareça ainda maior no próximo senso 2020.
Pentecostais e neopentecostais
Grande parte desses números se deve à presença das igrejas pentecostais e neopentecostais nas regiões mais periféricas do Brasil, como em comunidades carentes, onde o poder público deixa muito a desejar.
Nesses contextos, as igrejas evangélicas são um diferencial para a população, levando além da salvação através do Evangelho de Cristo, assistência social para muitas famílias, servindo de suporte nas comunidades.
Essa realidade já foi comprovada pela pesquisadora Dena Freeman, da London School of Economics. Ela escreveu um livro intitulado “Pentecostalism and Development: Churches, NGOs and Social Change in Africa” (Pentecostalismo e Desenvolvimento: Igrejas, ONGs e Mudança Social na África), onde explicou como no continente africano essas igrejas têm feito a diferença, assim como no Brasil.
“As igrejas pentecostais são muitas vezes agentes de mudança mais eficazes do que as ONGs de ajuda humanitária”, escreveu Freeman, conforme já detalhado em outra matéria.
“Elas [igrejas] são excepcionalmente eficazes em promover a transformação pessoal e o empoderamento, fornecem a legitimidade moral para um conjunto de mudanças de comportamento e reconstroem radicalmente as famílias e comunidades para apoiar novos valores e novos comportamentos”, conclui.