O número de exigências impostas aos refugiados cristãos que saem do Paquistão para buscar abrigo na Tailândia são absurdas, denuncia o grupo de defesa internacional Jubilee Campaign USA, chefiado pela advogada americana Ann Buwalda.
Ann esteve na última terça-feira (27) em um encontro com membros do Congresso americano que integram o subcomitê de Relações Exteriores da Câmara, para dar detalhes das informações que tem colhido sobre o asilo de refugiados cristãos na Tailândia.
Atualmente, cerca de 3.000 a 4.000 refugiados cristãos paquistaneses vivem na Tailândia. No entanto, ao solicitar a oficialização de asilo ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), órgão que pertence à Organização das Nações Unidas (ONU), eles encontram uma série de dificuldades.
“Descobrimos que em muitos dos casos no ACNUR em Bangcoc, há negações porque há um padrão não razoável e ônus de prova colocados sobre eles”, explicou a advogada.
A suspeita é que os funcionários da ACNUR estão criando empecilhos para conceder abrigo aos cristãos, muitos dos quais fugidos do radicalismo islâmico, criando exigências desproporcionais para tentar barrar a permanência deles na Tailândia.
“Temos muitos casos, assim como nossos colegas, que auxiliam no processamento de refugiados. Parece claramente que o ACNUR em Bangcoc colocou um ônus de prova mais elevado nos requerentes de asilo cristãos paquistaneses”, explica Ann.
Muitos que não conseguem asilo terminam deportados e são colocados no Centro de Imigração e Detenção (IDC) da capital paquistanesa, um local descrito pela advogada como “deplorável” e com poucas condições humanas.
“Eles estão em uma situação horrível no centro de detenção do IDC, onde na verdade existem mães separadas de seus filhos e não lhes é permitido sequer amamentar”, revela Ann.
Os políticos presentes na reunião prometeram buscar soluções para a crise. Uma das iniciativas foi do deputado Chris Smith, que enviou um comunicado cobrando explicações da ACNUR, mas sem sucesso.
“Mandei cartas para eles. Eu falei com funcionários. Conversamos com o ACNUR e parece que não conseguimos chegar a lugar nenhum”, disse ele, segundo informações do Christian Post.