O polêmico pastor Apollo Quiboloy que estava foragido há duas semanas, escondido na propriedade de quase 300 mil metros quadrados de sua igreja, se rendeu à Polícia para responder às acusações de abuso infantil e tráfico sexual de crianças.
O pastor Apollo Quiboloy, líder da igreja neopentecostal Reino de Jesus Cristo, se entregou às autoridades das Filipinas para responder às acusações que pesam contra ele. Seu advogado, Israelito Torreon, disse em um comunicado que o líder religioso se rendeu porque não aguentava mais o sofrimento dos fiéis nas dependências da igreja.
“Isto é para informar o povo filipino que o pastor Apollo C. Quiboloy decidiu se render ao PNP/AFP porque ele não quer que a violência ilegal continue a acontecer no Complexo KOJC e ele não suportou testemunhar nem mais um segundo do sofrimento que seu rebanho estava enfrentando por muitos dias”, disse Torreon.
Quiboloy, que enfrenta acusações de abuso infantil e tráfico de pessoas, que ele e seus seguidores negaram. Ele também está na lista dos mais procurados do FBI por acusações semelhantes nos Estados Unidos.
Uma denúncia do Departamento de Justiça dos EUA em 2021 acusa Quiboloy e dois de seus principais administradores de traficar mulheres e meninas jovens nos EUA que teriam sido coagidas a fazer sexo com ele sob ameaças de “condenação eterna”.
O controverso líder da megaigreja teria alegado que fazer sexo com ele era um “privilégio” e “vontade de Deus”.
Caçada humana
No final de agosto, cerca de dois mil policiais locais cercaram a propriedade da igreja Reino de Jesus Cristo para prender Quiboloy. Mas ele teria se escondido dentro de um bunker subterrâneo onde os investigadores não conseguiram localizá-lo.
Os agentes da Polícia descobriram uma elaborada rede de cômodos, incluindo vários quartos, em um porão de vários andares de sua mansão no complexo da igreja. Investigadores acreditam que essas são as instalações onde o pastor teria mantido mulheres em cárcere para serem abusadas.
O advogado do pastor, no entanto, alega que a investigação feita pela Polícia profanou o templo e agrediu fiéis. Por isso, Quiboloy decidiu se entregar: “Mesmo tendo o direito de aguardar o resultado dos recursos legais utilizados por seus advogados, ele decidiu fazer o sacrifício máximo e se entregar ao PNP e à AFP”.
Desde a prisão de Quiboloy, o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., disse aos repórteres que o líder religioso não receberá nenhum tratamento especial: “Não há tratamento especial. Nós o trataremos como qualquer outra pessoa presa e respeitaremos seus direitos”.
Marcos disse que, embora a equipe jurídica de Quiboloy tenha estabelecido condições para sua rendição, incluindo uma garantia de que ele não seria extraditado para os EUA para enfrentar acusações, eles não estão em condições de negociar os termos.
“Impor condições não é uma opção para alguém que é um fugitivo. É com algum alívio que posso dizer que esta fase da operação acabou. Agora deixaremos Quiboloy para o sistema judicial”, finalizou o presidente, segundo informações do portal The Christian Post.