A descriminalização do aborto é uma pauta proposta pela esquerda e rejeitada por 70% da população brasileira, apontou uma pesquisa realizada pelo instituto Real Time Big Data entre os dias 06 e 08 de junho, sob encomenda da Record TV e do portal R7.
A rejeição ao aborto é acompanhada da repulsa à descriminalização das drogas, segundo o relatório da pesquisa “Pesquisa de Opinião Pública — As Características Ideais do Futuro Presidente do Brasil”, que abordou temas considerados importantes para os eleitores na próxima campanha.
De acordo com o levantamento, 70% dos eleitores afirmaram que o próximo presidente não deveria trabalhar para que o aborto deixe de ser crime, enquanto os os outros 30% são favoráveis à descriminalização. Se os entrevistados forem divididos por sexo, 75% dos homens são contrários ao aborto, e 25% favoráveis, enquanto entre as mulheres 69% são contra e 31% a favor.
Em relação às drogas ilícitas, a pesquisa descobriu que 74% entende que o próximo presidente não deve trabalhar para a liberação da maconha, com 26% se manifestando a favor. Divididos por sexo, 70% dos homens entrevistados se manifestaram contra a legalização da erva, assim como 77% das mulheres.
O coordenador da pesquisa, Bruno Soller, comentou o resultado destacando que, mais uma vez, se constatou o perfil conservador do brasileiro: “Por mais que os jovens sejam menos conservadores do que os mais velhos nas questões como o aborto e a legalização da maconha, ainda assim é majoritário o conservadorismo entre eles também”, pontuou.
Segundo Soller, a religião exerce uma grande influência sobre a percepção da população: “O brasileiro é muito religioso. Quase todos, entre católicos e evangélicos, batem muito com esses índices sociais e são contrários ao aborto. Sobre a maconha, muitas mães são preocupadas com os filhos, por isso reprovam a liberação. Elas que puxam essa tendência para cima”, destacou.
Outro tema abordado na pesquisa foi a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, e o resultado foi ainda mais expressivo: 92% dos entrevistados disseram que o presidente eleito deve trabalhar para que criminosos sejam responsabilizados a partir dos 16 anos. Apenas 8% são favoráveis em manter a maioridade nos 18 anos.
“A crise de segurança que estamos vivendo no Brasil inteiro influencia essa decisão. Isso faz com que o brasileiro queira essa redução. Sempre aparece aquela questão de que a pessoa pode votar com 16 anos e não pode ser preso. Por isso, o brasileiro quer que endureça a redução penal. Um candidato que tiver um discurso brando de segurança pública, não tem muita chance de ser eleito”, frisou Soller.
Por fim, a pesquisa questionou os entrevistados sobre a união de pessoas do mesmo sexo, que atualmente é permitida no Brasil na esfera civil a partir de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 64% dos entrevistados disseram que o próximo presidente não deve trabalhar para legalizar o chamado “casamento gay”, enquanto 36% se manifestaram de maneira oposta.