O papa Francisco tem, ao longo de seu pontificado, destacado a importância da oração na vida cristã. Na última quarta-feira, 26 de maio, ele aproveitou uma oportunidade para, através de uma piada, reiterar essa necessidade na jornada de fé.
O padre brasileiro João Victor Paulo visitou o Vaticano e teve a oportunidade de cumprimentar o líder da Igreja Católica, pedindo que ele intercedesse pelos brasileiros. Argentino, o papa não perdeu tempo em fazer piada com a população.
“Santo papa, ore por nós, brasileiros!”, pediu o padre Paulo. “Não, vocês brasileiros não têm Salvação. Muita cachaça e pouca oração”, brincou o pontífice, gargalhando em seguida.
Oração
Francisco tem sido criticado por muitos católicos por seus posicionamentos dúbios e muitas vezes titubeantes em relação ao progressismo que ronda a denominação que dirige. Contudo, uma das marcas de seu ministério tem sido a ênfase na necessidade de orar.
Em 2015, durante uma homilia, aconselhou os fiéis a buscarem a Deus em oração ao invés de gastarem tempo com “fofocas” ou “novelas”.
“Em sua casa, por 15 minutos, pegue o Evangelho, uma passagem curta. Imagine o que aconteceu e fale com Jesus. Dessa forma, seu olhar estará fixo em Jesus, e não nas telenovelas. O seu ouvido estará fixo nas palavras de Jesus, e não nas fofocas dos vizinhos”, orientou o papa, que criticou fiéis que dizem que “não tem tempo para isso” afirmando que as “orações de contemplação” são primordiais para manter um relacionamento de proximidade com Deus.
Liberdade
No mesmo ano, Francisco exaltou a contribuição do protestantismo para a construção do conceito de “liberdade”, durante sua visita aos Estados Unidos. Falando para mais de 50 mil pessoas no Independence Mall, em Washington, DC, – local histórico que foi palco da assinatura da Declaração da Independência e da adoção da Constituição dos EUA – o papa afirmou que muitos desses imigrantes foram para o país “com um grande custo pessoal, mas com a esperança de construir uma nova vida”.
Dirigindo-se à enorme comunidade hispânica dos Estados Unidos, Francisco os encorajou a manterem suas raízes: “Não desanimem pelas dificuldades que vocês devem enfrentar. Peço-lhe que não se esqueçam de que, assim como aqueles que chegaram aqui antes, vocês trazem muitos dons a esta nação. Por favor, não se envergonhem nunca das suas tradições”, disse Francisco. “Eu repito, não se envergonhem daquilo que é parte essencial de vocês”.
O pontífice fez menção a uma das primeiras comunidades de imigrantes dos EUA – os Quakers, liderados por William Penn, fundador da Filadélfia em 1682, destacando sua “santa experiência” como uma colônia baseada na tolerância religiosa, e que enriqueceu o país com seu “profundo sentido evangélico da dignidade de cada indivíduo e do ideal de uma comunidade unida pelo amor fraterno”.
Esse elogio aos imigrantes que foram obrigados a fundar os Estados Unidos em nome de sua liberdade religiosa foi ressaltado como uma questão definidora da cultura local: “O sentido de preocupação fraterna pela dignidade de todos, especialmente dos mais fracos e dos vulneráveis, converteu-se em uma parte essencial do espírito norte-americano”, disse, lembrando que a liberdade religiosa é “um direito fundamental”.