Um projeto arquitetônico desenvolvido pelo comunista Oscar Niemeyer será usado pelo governo do Distrito Federal para a construção de um Museu da Bíblia, no eixo monumental de Brasília.
Na última quarta-feira, 09 de outubro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a assinatura de uma Carta de Intenções e Compromissos para captação de recursos para a obra, já que o custo está orçado em R$ 63 milhões.
De acordo com informações do Estadão Conteúdo, o projeto foi finalizado em 1987 pelo ateu Niemeyer. A proposta inclui a construção de um edifício com 15 mil metros quadrados divididos em cinema, praça de alimentação, teatro, biblioteca, salas de palestras e espaços expositivos, e capacidade para 50 mil pessoas.
O evento contou com a presença de integrantes da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso e de lideranças evangélicas, além de representantes da Sociedade Bíblica do Brasil, que gerencia dois espaços semelhantes, como o Museu da Bíblia em Barueri (SP) e o Centro Cultural da Bíblia, no Rio de Janeiro (RJ).
No eixo monumental de Brasília existem o Teatro Nacional e o Memorial JK, dentre outros edifícios marcantes da capital federal. A área em que o governo pretende erguer o novo Museu da Bíblia é tombada, e dessa forma o projeto precisará ser aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN, já que a área central da cidade, conhecida como Plano Piloto, é considerado patrimônio mundial pela Unesco.
O Museu da Bíblia de Brasília foi apresentado formalmente em forma de projeto em 1991, e a versão final do texto foi concluída em 1995. Antes, o edifício já foi chamado de Templo da Bíblia, Memorial à Bíblia e Memorial da Bíblia. A proposta, diz o governo, é preservar a “memória religiosa por meio da divulgação das sagradas escrituras, promovendo, de acordo com seus idealizadores, educação e cultura”.
Quatro croquis do projeto original estão disponíveis para visualização no site da Fundação Oscar Niemeyer, o que permite notar que o arquiteto previu uma abertura superior para entrada de luz natural no espaço principal da construção. A inspiração surgiu do museu homônimo de Washington, DC (EUA), e os responsáveis pela idealização da construção estimam que 100 mil pessoas o visitem após sua conclusão.
“Ideologia, cada um tem a sua; time de futebol, cada um tem o seu e religião também; por isso nós temos a obrigação de respeitar as pessoas, a diversidade e as vontades delas que são feitas sob o manto de Cristo”, disse o governador Rocha, garantindo que essa será a maior obra de sua gestão.