Uma crítica contumaz do reverendo Caio Fábio à influência que o cristianismo exerce sobre as culturas das sociedades onde seus valores encontram espaço vem repercutindo nas redes sociais. “O cristianismo é um estuprador de culturas”, declarou o líder cristão.
No vídeo, Caio Fábio faz menção à passagem bíblica de Mateus 28:18-20: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
A avaliação de Caio Fábio é que Jesus orientou os discípulos a influenciarem quem tivesse contato com a mensagem do Evangelho a terem o caráter transformado, mas não suas culturas. “Que coisas são essas [que Jesus havia ensinado ao longo de seu ministério]? Que Deus é amor; que o que tu queres que os homens te façam, fazes tu primeiro a eles; que tu não deves gastar energia com ninguém hostil e perverso; ser simples como as pombas, prudentes como as serpentes; pra discernir a árvore pelos frutos”, resumiu.
“Isso não é algo judaico, é universal. O Evangelho é universal. Então, meu filho, o cristianismo é um estuprador de culturas, mas o Evangelho é uma semente que faz a vida brotar em qualquer cultura, em qualquer ambiente. E a presença dessa árvore de vida vai fazendo morrer o que é erva daninha e vai fazendo crescer aquilo que é fruto de vida que merece vingar e continuar”, acrescentou.
Relativismo
O vídeo, publicado originalmente na página do reverendo no Facebook, está editado para tornar o material mais dinâmico, facilitando a compreensão do que o próprio Caio Fábio se propôs a dizer. Nesse contexto, o blogueiro Will R. Filho, editor do portal Opinião Crítica, fez ponderações sobre o conceito apresentado pelo líder cristão.
“O que ficou implícito na declaração de Caio Fábio foi a ênfase em um Evangelho que não se diferencia de qualquer outro arcabouço moral humano. De que não há condição alguma fazendo separação entre às concepções de ‘bem’ e ‘mal’ no direcionamento moral humano”, pontuou.
“Jesus Cristo realmente ensinou o que Caio Fábio disse, porém, Ele condicionou tal ensinamento ao reconhecimento da miséria humana diante da vida, consequentemente seu arrependimento e decisão em lhe reconhecer com Único e Suficiente Salvador. O bem não existe de forma absoluta sem Jesus Cristo, de modo que a sua existência está condicionada à sua aceitação, o que implica mudança de perspectiva, caráter e comportamento”, acrescentou.
Filho pontua que “o Evangelho de Cristo é superior a tudo”, e compreendido isto, é fato que “nenhuma religião comporta a Verdade anunciada nos Evangelhos”.
“Neste sentido, Caio Fábio está certo ao dizer que o Evangelho é ‘universal’. Todavia, quando o mesmo despreza a herança histórica advinda dessa realidade que é o cristianismo (ou seja, conjunto de práticas e valores formados em consequência do evangelho de Jesus Cristo), ele está ignorando que uma coisa é resultado da outra. O que diferencia uma ideologia dos fatos reais é a qualidade da sua fundamentação. O cristianismo não é uma ideologia porque está fundamentado nos Evangelhos. O evangelismo (prática de ensinar a doutrina cristã para outros povos) é um preceito fundamentado nos evangelhos, de modo que não há barreira cultural para essa transmissão de conhecimento”, reitera o blogueiro.
“Quando Cristo disse ‘ide por todo mundo’, não foi apenas para anunciar o amor e o acolhimento, mas também a justiça de Deus sobre a humanidade: ‘Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece’ (João 3:36)”, finalizou.